Um novo trecho da delação feita pela ex-secretária de Administração do Estado da Paraíba, Livânia Farias, no âmbito da Operação Calvário, traz novos nomes de políticos ao esquema de repasse de recursos irregulares para campanhas eleitorais. Entre eles estão os deputados estaduais Branco Mendes, Lindolfo Pires, Tião Gomes, Genival Matias, Arthur Filho, Edmilson Soares e o deputado federal Efraim Filho. Todos negam.
A delatora disse ao Ministério Público Estadual que o deputado federal Efraim Filho (DEM) teria negociado por R$ 2 milhões o apoio à chapa de Ricardo Coutinho (PSB). Metade do valor teria sido entregue pelo ex-secretário executivo de Turismo, Ivan Burity, no dia em que o acordo foi fechado. O restante teria sido repassado em parcelas de R$ 250 mil. Vale lembrar, que Efraim é o autor da emenda de R$ 20 milhões para construção do hospital.
Além disso, Livânia contou que mais seis deputados estaduais teriam sido beneficiados pelo mesmo esquema com o aval do então governador Ricardo Coutinho. Segundo ela, R$ 1,6 milhão teriam sido entregues a Edmilson Soares para serem rateados entre ele, Branco Mendes, Lindolfo Pires, Tião Gomes e Genival Matias.
Outro contemplado seria o então deputado Arthur Cunha Lima Filho, o Arthurzinho, que teria ficado descontente por receber menos que Edmilson. Por causa disso, teria ameaçado utilizar a influência do pai, Arthur Cunha Lima, conselheiro do Tribunal de Contas do Estado, afastado do cargo durante a sétima fase da Operação Calvário.
TERMO DE TRANSCRICAO DE COLABORACAO – LIVANIA MARIA DA SILVA FARIAS – ANEXO 25-convertido confira, na íntegra, o documento.
O que falam os citados:
Em nota, o deputado federal Efraim Filho comentou o caso e disse que quem não deve, não teme. “Coloco meu sigilo bancário, telefônico e fiscal a disposição da justiça”, cravou.
“Tomei ciência pela imprensa da citação do meu nome, nas investigações em curso, como que no ano de 2014 tivesse recebido ajuda de campanha para apoiar a chapa do então governador. Absolutamente nego essa ilação feita contra mim, sem apresentar uma prova ou sequer uma data. As contas da minha eleição 2014 foram analisadas, julgadas e aprovadas pela justiça eleitoral.
Ao rechaçar totalmente essa inverídica acusação, e mesmo sem estar no rol de investigados pela operação, coloco meu sigilo bancário, telefônico e fiscal a disposição da justiça. Quem não deve não teme.”
Os deputados Tião Gomes e Genival Matias também emitiram notas negando qualquer tipo de envolvimento em esquema de recebimento de recursos ilícitos e reforçaram que estão abertos a colaborar com a justiça.
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