A ascensão do vereador Vítor Hugo à Prefeitura Municipal de Cabedelo foi articulada pelo prefeito afastado Leto Viana, preso na operação Xeque Mate, deflagrada pela Polícia Federal e Ministério Público Estadual, revela o jornal Correio da Paraíba, edição desta quinta-feira (10).
Pela denúncia, enquanto eram cumpridos 11 mandados de prisão, dois deles direcionados ao então prefeito Leto Viana e ao presidente da Câmara, Lúcio José do Nascimento, “parte do grupo político, cumprindo ordens de Leto, emanadas de dentro da prisão e recepcionadas por seu porta-voz, Fabrício Magno Marques de Melo Silva, planejava a continuação do modelo administrativo de gestão fraudulenta inaugurado em 2013, com a renúncia de Luceninha, com a nova composição da Mesa Diretora da Câmara Municipal, quando prospectou aos indicados de Leto, a cadeira do chefe do Executivo ao vereador Vitor Hugo, seu amigo, e da presidência da Câmara à vereadora Geusa”.
Segundo a denúncia do MPPB, o que mais impressionou, no curso da Operação, “foi, sem dúvida alguma, a total falta de temor dos integrantes” da organização criminosa comandada pelo prefeito afastado e outros, “com a ação do Estado e a ausência de qualquer compromisso dos mesmos com o espírito público derivado de seus cargos”.
A denúncia diz, ainda, que, apesar do beneficiamento de Vitor Hugo, e da vereadora Geusa, por “uma determinação de Leto Viana emitida a partir do cárcere”, não há evidências de que os dois estejam seguindo “os mandamentos de Leto Viana após o ingresso nos cargos públicos”. Os promotores afirmam que no avançar das investigações pode ser que venha a surgir esses indícios.
O Prefeito em exercício de Cabedelo, Vítor Hugo, reitera que a reunião envolvendo suplentes e vereadores ocorrida em um restaurante após a deflagração da Operação Xeque Mate não fora organizada ou comandada por Leto Viana. A iniciativa partiu do próprio Vítor Hugo, que, preocupado com os rumos da cidade, sabia que precisava da união dos parlamentares cabedelenses.
Pedido de impeachment – Um requerimento pedindo a instauração do processo de impeachment do prefeito afastado, Leto Viana, e do vice, Flávio de Oliveira, ambos do PRP, será protocolado hoje à noite, na Câmara Municipal, durante a sessão ordinária.
O pedido de autoria do PSOL é subscrito pelo PT, PSB, PCdoB e outras entidades que defendem a cassação dos mandatos dos gestores e a realização de novas eleições no município.
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