A Fifa anunciou nesta segunda-feira que o seu Comitê de Apelação decidiu por confirmar o banimento de Marco Polo del Nero, ex-presidente da CBF, de atividades ligadas ao futebol para sempre. A punição, que havia sido imposta há mais de um ano, estava sob revisão após recurso da defesa do brasileiro. O ex-dirigente ainda terá que pagar multa de 1 milhão de francos suíços (R$ 4 milhões).
Com recurso negado junto à Fifa, o próximo passo que a defesa de Del Nero tem disponível é entrar com um recurso junto ao Tribunal Arbitral do Esporte (TAS), em Lausanne, na Suíça. O TAS é a última instância em casos de justiça desportiva.
O banimento é exatamente a mesma punição recebida pelo antecessor de Del Nero, José Maria Marín, que deixou o cargo em 2014, após a eleição de Marco Polo.
Da presidência da CBF ao banimento
Del Nero tornou-se alvo de investigações do FBI em 2015, suspeito de envolvimento em esquemas de corrupção – e desde então não deixou mais o Brasil, onde não é acusado de nenhum crime. Naquele ano, foi indiciado pelo departamento de Justiça dos EUA por sete crimes (três de fraude, três de lavagem de dinheiro e um por integrar uma organização criminosa). Logo depois, o Comitê de Ética da Fifa abriu uma investigação interna, que demorou a avançar.
Entretanto, a partir do julgamento de Marín em um tribunal de Nova York, em dezembro de 2017, o caso andou. Del Nero foi citado em diversos depoimentos, planilhas, gravações e outros documentos – que foram tornados públicas pela investigação norte-americana. Os promotores do “Caso Fifa” afirmaram que Del Nero recebeu US$ 6,5 milhões em subornos para beneficiar empresas de marketing esportivo em contratos relacionados a Copa América, Taça Libertadores e Copa do Brasil. E a Fifa reabriu a investigação sobre o ex-presidente da CBF.
No fim de 2017, a entidade máxima do futebol mundial decidiu suspender Del Nero por 90 dias, fazendo com que o vice-presidente Antônio Carlos Nunes de Lima, Coronel Nunes, assumisse a presidência da CBF interinamente. Esta suspensão foi estendida, como esperado, por 45 dias – em um prazo que expirou em abril do ano passado, quando a Fifa anunciou o banimento de Del Nero.
O que levou a Fifa a inicialmente suspender Del Nero e depois bani-lo de forma definitiva foi uma série de documentos produzidos pela investigação americana – além de depoimentos de J. Hawilla, Alejandro Burzaco e Eladio Rodrigues. O primeiro é dono da Traffic, empresa de marketing esportivo que subornava dirigentes para obter contratos . Os outros dois eram diretores da Torneos, agência argentina que operava da mesma forma.
Os documentos que embasaram o banimento
O que levou a Fifa a inicialmente suspender Del Nero e agora bani-lo de forma definitiva foi uma série de documentos produzidos pela investigação americana – além de depoimentos de J. Hawilla, Alejandro Burzaco e Eladio Rodrigues. O primeiro é dono da Traffic, empresa de marketing esportivo que subornava dirigentes para obter contratos . Os outros dois eram diretores da Torneos, agência argentina que operava da mesma forma.
Burzaco era o CEO da Torneos. Ele contou que, em 2012, quando Ricardo Teixeira deixou a presidência da CBF, José Maria Marin e Marco Polo Del Nero “herdaram” um pagamento de propina anual de US$ 600 mil. Em troca desse valor, deveriam facilitar a vida da Torneos e sempre renovar os contratos relacionados à Copa Libertadores.
G1
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