Após frustrar a campanha petista, que esperava sinalização de apoio, o ex-candidato Ciro Gomes (PDT) declarou que não quer fazer campanha “nunca mais” para o PT e disse desprezar o partido. Sem citar Fernando Haddad (PT), o pedetista disse que votou “contra a intolerância” e que fará oposição a qualquer um dos candidatos que saia vitorioso.
“Desde a primeira hora eu tomei posição. Eu não quero é fazer campanha com o PT nunca mais”, disse o candidato após votar em Fortaleza na tarde deste domingo. Ex-ministro do governo Luiz Inácio Lula da Silva, Ciro engrossou o tom contra os petistas, a exemplo do que fez o irmão Cid Gomes no início do segundo turno. Ao ser questionado se devia gratidão ao partido, Ciro refutou. “Ao PT? Desprezo muito. Se depender de mim, PT nunca mais”, respondeu.
O pedetista sugeriu ainda que o partido tem dificuldade em criar novas lideranças. “Ninguém pode querer ser raiz na política, não. Esse caudilhismo só leva o Brasil para o atraso, como a gente tem visto hoje”, disse. Perguntado se esse era um recado para Lula, Ciro respondeu que era “para quem quiser ouvir”.
O ex-candidato justificou que fará oposição a ambas as candidaturas, por acreditar que nenhum dos projetos é capaz de “desarmar essa bomba de ódio, da confrontação miúda” que, segundo ele, prejudica a economia brasileira. “Se eu quisesse aderir a uma ou outra força, eu teria feito antes. Eu atravessei esse quadro todo porque acredito que o Brasil precisa desesperadamente desarmar essa bomba”, disse.
Ciro disse não acreditar que os candidatos que disputam o segundo turno possam restaurar a “paz na política”. “Espero muito que eu esteja errado e que o vitorioso possa desarmar essa bomba por si e restaurar a paz política no Brasil, para que a gente possa resolver a equação social e econômica do País. Entretanto, eu não acredito”, disse.
Questionado se os posicionamentos já apontavam para uma possível candidatura em 2022, como indicam dirigentes do PDT, Ciro desconversou. “Ainda vou descansar um pouco”, disse.
Valor
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