STF racha e ministros não assinam carta de solidariedade a Moraes

Fachado do edifício do STF, em Brasília. Foto: Marcello Casal Jr/ Agência Brasil

Nos últimos meses, o Supremo Tribunal Federal (STF) tem vivido momentos de tensão e divisão interna, refletindo um racha que vem se consolidando entre seus ministros. A origem do conflito está relacionada aos posicionamentos de um trio de ministros — Luís Roberto Barroso, Alexandre de Moraes e Gilmar Mendes — que têm gerado desconforto entre colegas contrários às suas decisões e opiniões.

A situação ficou ainda mais evidente quando a maioria dos ministros se recusou a assinar uma carta em defesa de Alexandre de Moraes, que foi punido com a Lei Magnitsky, uma legislação que permite sanções a indivíduos considerados responsáveis por violações de direitos humanos ou corrupção. Essa recusa demonstrou a fragilidade do apoio unânime dentro da corte e acentuou as diferenças existentes.

Segundo fontes próximas ao tribunal, o ministro punido tentou, de várias formas, pressionar seus colegas para obter um apoio unânime à sua posição, mas sem sucesso. Essa tentativa de unificação foi percebida como uma tentativa de fortalecer sua influência e legitimar suas ações perante a corte.

O racha ficou ainda mais explícito durante um jantar organizado pelo presidente Lula, onde as divergências entre os ministros ficaram evidentes. O evento, que deveria promover diálogo e entendimento, acabou revelando as profundas divisões internas na corte, com ministros de um lado e de outro lado da barricada.

Estiveram presentes os ministros Luís Roberto Barroso (presidente da Corte), Gilmar Mendes, Cristiano Zanin, Flávio Dino, Edson Fachin e Alexandre de Moraes. Não compareceram Dias Tófolli, Cármen Lúcia, Dias Nunes Marques, Luiz Fux e André Mendonça. 

Esse cenário de tensões internas no STF preocupa analistas e observadores do sistema judiciário, que veem na disputa uma ameaça à unidade e à estabilidade da corte. Resta saber como os ministros irão lidar com essas diferenças nos próximos meses, buscando, quem sabe, um caminho de maior entendimento e cooperação.

Compartilhe: