O líder do PSDB no Senado, Cássio Cunha Lima (PSDB), e os deputados federais Aguinaldo Ribeiro (PP), Efraim Filho (DEM) e Manoel Júnior (PMDB) estão na lista dos parlamentares mais influentes do Congresso Nacional, segundo levantamento do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), divulgado nesta quarta-feira (3).
Entre os partidos, o PT mantém poder e prestígio no Congresso. O Diap revelou que a bancada de parlamentares petistas é a maior entre os “cabeças” do Congresso, com 18 parlamentares entre os 100 que formam a elite do Poder Legislativo.
Diretor-técnico do Diap, Antônio Augusto de Queiroz explica que, apesar de não ter conseguido barrar a abertura do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, o PT ocupa cargos importantes em comissões temáticas da Câmara e do Senado. Além disso, explica o especialista, parlamentares petistas dominam temas tratados pelo Congresso e conseguem, mesmo sem a força do Palácio do Planalto, forçar negociações acerca do conteúdo de projetos e emendas e alterar as versões finais das leis.
Com as maiores bancadas na Câmara e Senado, o PMDB aparece no levantamento do Diap como a segunda legenda com mais prestígio e poder no Congresso, com 15 parlamentares. Isso ocorre apesar do fato de que dirigentes peemedebistas, muitos deles parlamentares no exercício do mandato, também estejam envolvidos em casos de corrupção detectados pela Operação Lava Jato. Segundo Queiroz, ao contrário do PT, que tem como característica um maior números de deputados e senadores envolvidos em discussões e decisões sobre leis, o PMDB concentra tal poder em um grupo reduzido de parlamentares.
O Diap aplica três critérios basilares para elaborar a lista com os 100 parlamentares mais influentes do Congresso: o institucional, referente ao espaço que o parlamentar ocupa na estrutura das Casas; o que aufere a reputação entre os colegas parlamentares, assessores, jornalistas e profissionais de relações institucionais; e o que conota poder de decisão, em que pese o comportamento em votações, negociações e articulações. O primeiro quesito é o que mais tem valor na elaboração da lista.
Segundo o trabalho do Diap, a base de apoio ao governo do presidente interino Michel Temer, que está licenciado da presidência do PMDB, reúne 65% dos parlamentares influentes do Congresso. A nova oposição, representada por PT, PDT, PCdoB, Psol e Rede, representa 35% da elite do Legislativo. Outra constatação do levantamento do Diap é que o Senado cresceu em influência na lista dos cabeças do Congresso: dos 81 senadores, 38 estão entre os parlamentares mais influentes. Entre os 513 deputados, o levantamento só identificou 62 deles com prestígio suficiente para compor a lista, na avaliação do órgão.
Os senadores conseguiram proporcionalmente ter mais prestígio, uma vez que o Senado aprovou projetos de repercussão nacional nos últimos meses, entre eles a mudança do regime de exploração do pré-sal, a Lei de Responsabilidade das Estatais, os novos critérios para a ocupação de cargos em fundos de pensão e a lei de qualidade na gestão.
A terceira bancada mais influente, segundo o Diap, é a do PSDB, com 14 deputados. Entre tucanos mais destacados está o líder da bancada na Câmara, Antônio Imbassahy (BA). Em seguida vem o DEM do novo presidente da Casa, Rodrigo Maia (RJ), e o PSB, com 7 representantes. O levantamento foi feito entre fevereiro e julho de 2016 e desconsiderou os parlamentares que deixaram o mandato para ocupar cargos em secretarias de estado e ministérios.
Fator Cunha
Outra conclusão do Diap é a de que o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ) teve influência negativa na composição da lista dos mais influentes. Ele prestigiou com cargos e em indicações para o comando de comissões o chamado “baixo clero”, grupo de deputados desconhecidos e sem prestígio nacional. A consequência foi que esse grupo acabou por ganhar poder devido à quantidade de votos que movimenta em plenário, além de espaço político na Casa, mas sem conseguir adquirir um prestígio real.
Estão nessa lista deputados desconhecidos, em nível nacional, como o novo líder do PMDB na Câmara, Baleia Rossi (SP); o líder do PR, Aelton Freitas (MG); e João Campos (PMDB-MS), coordenador da bancada evangélica. Na iminência de ser cassado por quebra de decoro parlamentar, Cunha não compõe a lista do Diap.
Blog do Gordinho com Congresso em Foco
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