Pelo menos quatro prefeituras paraibanas já decretaram estado de emergência financeira e administrativa em razão das precárias condições encontradas pelos novos gestores. Os novos gestores do Conde, Araruna, Princesa Isabel e Alhandra justificaram não ter condições de governabilidade.
Denúncias de toda natureza têm circulado nos meios de imprensa, que vão de salários atrasados e débitos milionários a falta de papel higiênico e presença de fezes em prédios públicos. Em duas das maiores cidades do estado, Patos e Bayeux, os prefeitos se viram obrigados a suspender o atendimento nas Unidades de Pronto Atendimento (UPA), por falta de insumos básicos e outras irregularidades, como ausência de coleta de lixo hospitalar.
Em Sousa, o prefeito Fábio Tayrone (PSB) encontrou depredação e até fezes nos prédios públicos, enquanto em Santa Rita o prefeito Emerson panta (PSDB) precisou de ajuda da prefeitura de João Pessoa para regularizar a coleta de lixo, além de expor em praça pública a frota de veículos da prefeitura, com dezenas de automóveis sucateados.
No Conde, a prefeita Márcia Lucena (PSB) justificou o decreto pela “ausência de operacionalidade e de informações para garantir o início da nova gestão”. o estado de emergência é válido por 180 dias e neste período fica suspenso a realização de despesas do Poder Executivo sem a expressa e direta autorização da prefeita. Em Princesa Isabel, o prefeito Ricardo Pereira (PSB) destacou atraso no salário do funcionalismo público há cinco meses e a suspensão da coleta de lixo.
Em Araruna, o prefeito Vital Costa afirma que recebeu o município afundado no caos. Segundo o gestor, o município não tem recursos e há mais de R$ 2,5 milhões de restos a pagar da gestão anterior. Entre as dificuldades, Vital destaca falta de gasolina, ausência de um inventário, máquinas pesadas quebradas, central telefônica da prefeitura arrancada, almoxarifado sem alimentos, farmácia sem medicamentos, entre outros.
Em outras cidades como Curral de Cima e Serra Branca, os gestores também encontraram muita dificuldade no início da gestão. Na primeira, o prefeito Totó Ribeiro (PSDB) chegou a tomar posse às escuras, por causa de um corte da concessionária de energia. Já em Serra Branca um dos grandes problemas encontrados foi com a previdência social, cujo débito é de mais de R$ 3,2 milhões.
O presidente da Federação das Associações dos Municípios da Paraíba (Famup), Tota Guedes, lembra que mais de 170 municípios paraibanos decretaram estado de calamidade pública em razão da seca e estiagem. O municipalista ressalta que os prefeitos podem utilizar o site da Famup para publicar os decretos de emergência de ordem administrativa.
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