Está em andamento em João Pessoa operação da Polícia Federal. Às 6h45 da manhã desta segunda-feira (09) a PF chegou ao condomínio Bougainville, no bairro do Altiplano, em João Pessoa. A ação faz parte da nova fase da Operação Zelotes, que investiga o suposto esquema de venda de medidas provisórias, além de fraudes em julgamentos no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), ligado ao Ministério da Fazenda.

Polícia Federal chegou ao condomínio no Altiplano às 6h45
Esta nova fase da operação foi deflagrada no Distrito Federal, São Paulo e Pernambuco. O Bougainville é um condomínio de luxo e no local moram pessoas de alto poder aquisitivo.
Em São Paulo, o ex-ministro da Fazenda, Guido Mantega, está entre os alvos da nova fase da operação. Ele foi conduzido coercitivamente para prestar esclarecimentos.
A última fase da Zelotes, em fevereiro, teve como um dos principais alvos o grupo siderúrgico Gerdau. A suspeita é que o grupo, com atividades em 14 países, tenha tentado interferir no Carf no pagamento de multas que somam R$ 1,5 bilhão.
Histórico – Zelotes foi deflagrada há um ano, em março de 2015. Inicialmente, o alvo da operação era o esquema de fraudes nos julgamentos do Carf. Segundo as apurações, conselheiros suspeitos de integrar o esquema criminoso passavam informações privilegiadas de dentro do Carf para escritórios de assessoria, consultoria ou advocacia.
Esses escritórios, de acordo com os investigadores, procuravam empresas multadas pela Receita Federal e prometiam controlar o resultado dos julgamentos de recursos. O esquema teria movimentado R$ 19 bilhões em irregularmente.
A PF diz que ficou “comprovado” que conselheiros e funcionários do órgão “defendiam interesses privados, em detrimento da União”, “valendo-se de informações privilegiadas”.
Segundo a PF, mesmo depois do início da operação, as investigações encontraram indícios de que os crimes continuaram a ser cometidos.
Num segundo momento, a Zelotes passou a apurar também um suposto esquema de venda de medidas provisórias. A PF descobriu que uma das empresas que atuava no órgão recebeu R$ 57 milhões de uma montadora de veículos entre 2009 e 2015 para aprovar emenda à MP 471 de 2009, que rendeu a essa montadora benefícios fiscais de R$ 879,5 milhões. Junto ao Carf, a montadora deixou de pagar R$ 266 milhões.
Em 4 de dezembro, 16 pessoas suspeitas se tornaram réus na Zelotes depois que a Justiça Federal aceitou denúncia do Ministério Público Federal no Distrito Federal.
ClickPB
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