Na decisão de que determinou novas diligências no âmbito da Operação Calvário, o desembargador Ricardo Vital, registra que a deputada Estela Bezerra, atual presidente do PSB da Capital, praticou “determinadas condutas criminosas, cujo envolvimento aguarda diligências em andamento e que estão protegidas por sigilo”. No despacho, o magistrado questiona a relação da parlamentar com Daniel Gomes, chefão da Cruz Vermelha e que encontra-se preso no Rio de Janeiro desde as primeiras fases da Operação Calvário, a ponto de ter colocado a chefe de gabinete da socialista na Assembleia Legislativa, Mayara de Fátima Martins de Souza, como presidente da Organização Social.
Para quem não sabe, Estela Bezerra, durante muito tempo, segundo se comentava nos bastidores do poder, detinha forte influência na pasta da Saúde, tendo uma aliada muito fiel no comando, no caso Cláudia Veras. Além disso, a parlamentar é tida como fiel escudeira do então governador Ricardo Coutinho, responsável pela entrada da Cruz Vermelha, filial gaúcha, na administração de unidades de saúde, a exemplo do Trauma de João Pessoa.
Na época, o Rágidio Blog, do jornalista Tiago Moraes, trouxe a informação, inclusive com uma busca feita na internet.
Confira as imagens:
Mayara foi exonerada da ALPB em 10 de novembro do ano passado e em seu lugar assumiu a chefia de gabinete da Deputada Estela, Jandyra Pacheco
Um dos viés da investigação é para saber qual foi o motivo que levou Daniel Gomes optar por colocar Mayara de Fátima Martins como presidente da Cruz Vermelha mesmo quando ela exercia a função de chefe de gabinete de Estela.
Uma conversa de WhatsApp mostra a tentativa de Daniel Gomes em implantar a venda de bilhetes premiados no estado patrocinado pela Lotep, bem como que o Governo havia cedido um imóvel onde funcionaria a Cruz Vermelha.
Segundo o desembargador, há um contexto que indica a influência de Estela para a suposta obtenção de vantagens quanto ao imóvel. A investigação aponta que é possível que Daniel tenha permitido que Estela, que é tratada como investigada, tenha feito indicações semelhantes a de Mayara no âmbito da Ipcep, organização social responsável por gerir o serviço no Hospital Metropolitano de Santa Rita e no Geral de Mamanguape, sendo necessário o aprofundamento das investigações.
Por isso, Vital determinou que o processo permaneça em segundo grau.
Confira, na íntegra, a decisão: operacao_calvariopdf
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