Moraes manda e PF quer até que agentes ‘morem’ na casa de Bolsonaro

Bolsonaro durante interrogatório no STF | Foto: Antônio Augusto/STF

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, determinou que a Polícia Penal do Distrito Federal inicie o monitoramento integral do ex-presidente Jair Bolsonaro, que cumpre prisão domiciliar em Brasília. A medida foi justificada pelo risco de uma eventual tentativa de fuga nos dias que antecedem o julgamento da ação que investiga a tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022.

No despacho, Moraes destacou a atuação do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) em iniciativas para influenciar o governo dos Estados Unidos contra o Judiciário brasileiro, apontando esse movimento como fator de preocupação diante do cenário político e judicial que envolve o ex-presidente.

A decisão prevê que o monitoramento seja realizado de forma discreta, sem exposição pública ou midiática que possa constranger vizinhos ou afetar a privacidade da família. Apesar de ter atendido a um pedido da Polícia Federal, Moraes definiu que caberá à Polícia Penal do Distrito Federal a execução da vigilância, incluindo a escolha do formato da operação, uso de uniforme e armamento dos agentes.

Outro ponto estabelecido é o acompanhamento em tempo real da tornozeleira eletrônica de Bolsonaro, que passa a ser monitorada 24 horas por dia. A Polícia Federal chegou a solicitar autorização para manter agentes dentro da residência do ex-presidente, mas a decisão final sobre esse pedido ainda não foi divulgada.

O caso adiciona novos capítulos à relação conturbada entre Bolsonaro e o Judiciário. Enquanto o STF se prepara para julgar sua conduta no episódio do 8 de janeiro e em outras investigações, a presença constante da Polícia Penal em sua rotina marca uma escalada inédita de vigilância sobre um ex-presidente da República.


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