Em entrevista para à jornalista britânica Christiane Amanpour, divulgada há pouco, Lula disse que quer negociar com Donald Trump, ao mesmo tempo em que alfinetou o americano. Chegou a dizer que se Trump fosse brasileiro e “fizesse o que aconteceu no Capitólio, também estaria em julgamento” e, provavelmente, estaria preso. “Teria violado a Constituição. De acordo com a Justiça, ele também poderia ser preso, se ele tivesse feito isso aqui no Brasil”.
A provocação não parou por aí. O petista disse também que Trump “não foi eleito para ser o imperador do mundo” e que “rompeu com o protocolo esperado entre duas nações”. Ao mencionar a relação de 200 anos entre os dois países, Lula disse que o americano “demonstrou que não está interessado [em negociar], porque acha que pode fazer tudo o que acha que quer com as tarifas”.
À jornalista da CNN International, o presidente brasileiro afirmou ainda que “no momento certo, dará a resposta certa à carta do presidente Trump”, mas que o Brasil planeja usar “todas as palavras que existem no dicionário” para negociar. “Não interessa se eu gosto dele ou não, em termos de ideologia. O que interessa é que ele é o presidente dos EUA e eu sou o presidente do Brasil. Então a melhor coisa no mundo é nós sentarmos em uma mesa e conversar. Isso seria a melhor coisa do mundo”.
Disse ainda não ser um “presidente progressista” e que não vê Trump “como um presidente de extrema direita”. “Vejo-o como o presidente dos EUA. Ele foi eleito pelo povo americano”, declarou. Durante a campanha americana, porém, o petista afirmou que, uma vitória de republicano, “seria o nazismo com uma outra cara”.
Sobre Bolsonaro, afirmou que o ex-presidente “está sendo julgado pelos atos que tentou organizar para dar um golpe de Estado”. Se Lula queria mesmo negociar, depois dessa entrevista ele pode dizer adeus à qualquer chance de diálogo com Trump.
