A divulgação de pontos da reforma da Previdência, sem a discussão com parlamentares, deixou líderes de partidos da Câmara irritados. A leitura desses líderes é que o governo deixou em segundo plano justamente quem deverá votar a reforma, o que revelaria a precariedade da articulação política do governo do presidente Jair Bolsonaro. Uma das críticas mais duras ao trabalho do ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, e do ministro da Secretaria de Governo, Santos Cruz, encarregados da relação do Palácio do Planalto com o Congresso, vem justamente de um companheiro de Onyx, o líder do DEM, Elmar Nascimento (BA), registra O Globo.
Para o deputado baiano, o entendimento é de que a “base do governo não existe” e que haverá muitas dificuldades de articulação. Até agora, apenas o PSL, partido do presidente, será incorporado formalmente ao grupo de apoio ao Planalto. Mesmo assim, a legenda ainda administra inúmeros conflitos internos. Até mesmo o PR, cujo líder declarou, ainda em dezembro, que faria parte “oficialmente” da base, alerta que a legenda só votará projetos “de interesse do país”.
“Não existe base do governo. O assunto da formação da base não chegou formalmente. O governo falou ontem parte da reforma da Previdência. Falou com alguém no Congresso? Não, não falou com ninguém. O primeiro teste é a reforma da Previdência, mas votar desta maneira é como juntar um seleção sem fazer treinamento. Pode acontecer tudo, inclusive nada”, diz o líder do DEM, Elmar Nascimento (BA).
Com o líder do governo enfraquecido e sabotado dentro do próprio partido, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) tem sido o principal articulador da reforma, inclusive viajando para vários estados com o objetivo de angariar o apoio de governadores.
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