A greve dos bancários completou uma semana na Paraíba nesta terça-feira (13). Após os sete dias de paralisação, a adesão ao movimento atingiu pelo menos 89% das agência paraibanas, dee acordo com balanço do comando dos grevistas divulgado na segunda-feira (12). Ainda segundo o sindicato, em todo o país 11.531 agências e 48 centros administrativos tiveram as atividades paralisadas, correspondendo a cerca de 48% das agências no país. Uma nova reunião de negociação entre Fenaban e a categoria deve acontecer nesta terça.
Na sexta-feira (9), após a Federação Nacional de Bancos (Fenaban) encaminhar proposta de reajuste de 7%, o presidente do Sindicato dos Bancários da Paraíba, Marcelo de Lima Alves, lamentou a proposta. “Nós trabalhamos duro o ano inteiro, cumprindo metas absurdas, em situações adversas, e vamos continuar perseguindo o atingimento da nossa meta, que é o reajuste com reposição da inflação, mais ganho real de 5% em todas as verbas de natureza salarial”, comentou.
Clientes de bancos na Paraíba continuam reclamando do prejuízo nos serviços com a greve. No caso do desempregado Eric Sousa Oliveira, de 32 anos, a greve dos bancários impediu que ele desse entrada no resgate do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). “Fiquei desempregado nesta semana e fui até o banco para dar entrada no FGTS, mas quando cheguei já vi a agência fechada e as faixas na frente. Voltei. Não sei quando vou ter como dar entrada”, lamentou o pedreiro desempregado.
Já o vigilante Edson Freire, de 46 anos, destacou que os saques podem ser feitos sem problemas, mas faltam envelopes para depósito nas agências de João Pessoa. “A operação de saque está sendo feita sem problemas, mas estou enfrentando dificuldade em fazer depósito. Não encontrei envelope nem aqui na agência do Centro, nem na de Mangabeira”, relatou.
Canais alternativos com problemas
A Fenaban não tem divulgado balanços diários de agências fechadas, mas informa que a população tem à sua disposição uma série de canais alternativos para realizar transações financeiras. Nas agência paraibanas, os canais alternativos têm apresentado problemas. Clientes denunciaram a falta de envelopes para depósitos e a falta da opção no caixa eletrônico.
Por conta da indisponibilidade dos serviços básicos, a Secretaria Municipal de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon-JP) deu entrada em uma Ação Civil Pública na quinta-feira (8) para obrigar as agências a tornar disponível os envelopes e o serviços de depósito para os clientes durante a greve. Segundo o Procon-JP, o objetivo das ações é garantir caixas eletrônicos abastecidos e o serviço de autoatendimento para depósitos funcionando pelo menos em 30% nas agências bancárias da capital paraibana.
Os bancários da Paraíba iniciaram na terça-feira (6) uma greve geral por tempo indeterminado. Os eixos centrais da campanha são: reposição da inflação do período mais 5% de aumento real, valorização do piso salarial, no valor do salário mínimo calculado pelo Dieese (R$3.940,24 em junho), PLR de três salários mais R$ 8.317,90, combate às metas abusivas, ao assédio moral e sexual, fim da terceirização, mais segurança, melhores condições de trabalho.
Fonte: G1 Paraíba
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