Governo Trump endurece postura e suspende vistos de ministros do STF após operação da PF que colocou Jair Bolsonaro em quase prisão domiciliar

Em reação à operação da Polícia Federal que restringiu a liberdade do ex-presidente Jair Bolsonaro — com tornozeleira eletrônica, proibição de contato com diplomatas e uso de redes sociais, e busca em sua casa e sede do PL — o governo do ex-presidente americano Donald Trump elevou o tom e determinou a retirada de vistos de um grupo seleto de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e seus familiares, impedindo sua entrada nos Estados Unidos.

A decisão foi divulgada nesta sexta-feira (18/07) pelo secretário de Estado Marco Rubio, via redes sociais, que justificou a medida como retaliação a uma “caça às bruxas política” supostamente conduzida por Alexandre de Moraes e colegas contra Bolsonaro.

Abaixo, a lista completa dos ministros e figuras jurídicas afetadas:

  • Alexandre de Moraes
  • Paulo Gonet Branco
  • Luís Roberto Barroso
  • Gilmar Mendes
  • Edson Fachin
  • Cármen Lúcia
  • Dias Toffoli
  • Cristiano Zanin
  • Flávio Dino
  • Andrei Rodrigues
  • Fábio Schor
  • Ricardo Lewandowski
  • Rodrigo Pacheco

A restrição abrange não apenas os nomes acima, mas também seus familiares diretos — cônjuges e filhos estão incluídos na mesma sanção.

Contexto e escalada

A decisão americana segue uma série de provocações recentes. Nos últimos dias, o próprio Trump enviou carta a Bolsonaro, comparando o processo no STF a uma “caça às bruxas”, e ainda anunciou a imposição de tarifas de até 50% sobre produtos brasileiros, com início previsto para 1º de agosto. Eduardo Bolsonaro, filho do ex-presidente, teria atuado como elo entre o governo Trump e a campanha contra Moraes, inclusive sugerindo aplicação da lei Magnitsky contra o ministro.

Em paralelo, o STF autorizou medidas restritivas inéditas contra Jair Bolsonaro, incluindo a colocação de tornozeleira e a proibição de qualquer contato com autoridades estrangeiras — incluindo embaixadores e diplomatas — por suposto risco de fuga, principalmente para os EUA.

Repercussão

A escalada geopolítica sinaliza novo capítulo na tensão bilateral entre Washington e Brasília. O governo Lula reagiu com críticas à intromissão americana, reforçando a defesa da autonomia do Judiciário e da soberania nacional. A comunidade jurídica e diplomática observa com atenção os desdobramentos e a possível abertura de novos conflitos institucionais.

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