O governador João Azevêdo revelou preocupação com o anúncio do prefeito de Cabedelo, Vítor Hugo, que decidiu mandar abrir tudo na cidade, inclusive permitindo que o maior shopping da região metropolitana reabra suas portas e de 70 lojas localizadas no perímetro urbano da cidade portuária. O governador disse que o Governo do Estado deve tomar medidas judiciais caso a Prefeitura não atenda à recomendação do Ministério Público Estadual e se abstenha de reabrir as atividades não essenciais do município, paralisadas devido à pandemia do novo Coronavírus.
“Temos que levar em consideração o exemplo de outras cidades, Curitiba, Porto Alegre, Blumenau, várias cidades que avançaram na liberação estão recuando agora em função do número de casos. Existe atividades não essenciais que não devem ser abertas. Soube que houve recomendação do Ministério Público à Prefeitura [de Cabedelo], caso não haja um cumprimento cabe ao Estado tomar as medidas para que o decreto seja respeitado e tomaremos sem problema nenhum”, disse.
O governador ainda chamou de ‘imprudência’ a ação da gestão municipal e apontou que o impacto real da reabertura se dá em João Pessoa.
“Abertura de bares e atividades não essenciais não se faz adequada, estamos em um momento em que o número de casos está crescendo. Preservar e cuidar da população é fazer com que a população possa se proteger. A partir de um momento que você determina a abertura de um shopping que fica em João Pessoa praticamente, as pessoas que frequentarão serão muito mais de João Pessoa e os números de casos irão refletir em João Pessoa, seria no mínimo uma imprudência muito grande fazer essa abertura nesse momento”, pontuou.
João Azevêdo registrou que, desde o início da pandemia do novo Coronavírus, vem aumentando a demanda por leitos de UTI de pacientes oriundos de Cabedelo, que não tem um leito sequer. Ele demonstrou preocupação com os dados.
“No caso de Cabedelo, o município tem sistematicamente nos últimos meses apresentando demandas cada vez maiores de casos. Em março, se você olhar a regulação de leitos de UTI, não houve nenhuma para Cabedelo, em abril nós já tivemos 3, em maio, 19, e em junho, 20. Ou seja, existe cada vez mais uma demanda maior de leitos de UTI em João Pessoa e nos hospitais estaduais de casos de Cabedelo”, justificou.
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