O ex-governador Ricardo Coutinho, do PSB, disse ser vítima de uma trama diabólica armada pelo Ministério Público, imprensa e redes sociais, e declarou nesta sexta-feira (13), durante entrevista ao jornalista Antônio Malvino, na Rádio Sanhauá, na Capital, que todas as acusações contra ele no âmbito da Operação são uma “grande mentira” para “assassinar” a sua reputação. O socialista, que acusou 99% da imprensa de falar mal dele, vestiu o figurino ‘lulopetista’ e partiu para o ataque contra a força tarefa da Calvário, o desembargador Ricardo Vital e sugeriu que estaria sendo condenado antecipadamente por um “tribunal de opinião pública”.
Coutinho comparou a Operação Calvário à Lava Jato e também desancou a mais importante frente de combate à corrupção da história do país. Segundo Ricardo, o “espetáculo midiático” do qual é vítima tem alimentado as acusações contra ele e que o Ministério Publico Estadual tem tentado repetir no Estado o que o ex-juiz e atual ministro da Justiça e Segurança, Sérgio Moro, promoveu de “forma mentirosa no Brasil”. “Não existe uma prova que me liga a nada, a não ser desvarios. Já fizeram uma oitava fase, para fazer que nem a Lava Jato, e chegar até a não sei quantas fases”, afirmou.
Na entrevista, Coutinho tentou se comparar ao ex-presidente Lula, tachou o impeachment da Dilma Rousseff de “golpe”, espinafrou o presidente Jair Bolsonaro e acusou o mandatário do país de conspirar contra a democracia. “Eu não sou o primeiro, nem serei o último a ser acusado por essa doença que tomou conta do Brasil e do Estado Democrático de Direito”, disse Ricardo Coutinho em entrevista à Rádio Sanhauá.
Ricardo Coutinho chegou a ironizar o uso da tornozeleira eletrônica, medida imposta pelo desembargador Ricardo Vital, relator da Calvário no Tribunal de Justiça ao comentar que o adereço lhe trazia um desconforto quando “batia uma bolinha”, e reclamou duramente contra o recolhimento domiciliar. “Eu estou preso em casa por algo que não sei”. O ex-governador, que fez questão de dizer ao longo da entrevista que tudo quanto pesava contra ele não passava de “construção de uma narrativa mentirosa” para jogar na lama sua reputação, afirmou, sem modéstia alguma, que “eu governei esse Estado para ser um exemplo ao país”.
Áudios de Daniel
Coutinho comentou os áudios gravados pelo gestor da Cruz Vermelha: “Ele falava baixo, de propósito, eu não escuto direito”. Ricardo disse que o conteúdo foi direcionado pelo próprio Daniel e coisas que ele disse e pareciam incriminatórias, não foram ouvidas pelo então governador.
Silêncio
O ex governador também disse que se manteve em silêncio até o momento pois aguardava que o Ministério Público e não queria que seu pronunciamento fosse lido como uma “tentativa de obstrução”. Em segundo lugar, Ricardo disse que tinha companheiros presos e preferiu aguardar sua liberação.
O ‘Falso Moralista’
Sem citar nomes, Ricardo Coutinho citou o jornalista Fabiano Gomes. Disse que determinado jornalista, que era um “falso moralista”, passou quase um ano “enxovalhando” os envolvidos na Operação Calvário, mas ele mesmo foi envolvido e preso durante a oitava fase da operação.
Discussion about this post