Estado e Prefeitura voltam a divergir na saúde em meio a suposto atraso na distribuição de vacinas

Um suposto atraso na distribuição de vacinas pela Secretaria de Estado da Saúde (SES), objeto de denúncia feita pelo secretário de Saúde de João Pessoa, Fábio Rocha, durante entrevista à TV Correio, na noite dessa quarta-feira (30), pode ser mais um capítulo em meio a algumas discordâncias entre a gestão municipal e estadual no trato da pandemia. Não bastassem os pontos de vista divergentes acerca das medidas restritivas contidas nos últimos decretos e a própria discordância em relação aos critérios de bandeiras do Plano Novo Normal, Estado e Prefeitura não vêm falando a mesma língua quando o assunto é saúde.

A polêmica da vez que coloca em campos opostos Estado e Prefeitura é um atraso na logística de distribuição de vacinas. A nova remessa de imunizantes chegaram, ontem, na Paraíba, mas, de acordo com Fábio Rocha, o Estado tenta diminuir a velocidade de vacinação em João Pessoa por causa do atraso na imunização em outros municípios, principalmente, dos grupos prioritários.

“As coisas não estão transparentes como deveriam ser. O que entendi é que chegaram mais vacinas e o Estado não teve como distribuir para os outros municípios e resolveu atrasar a vacinação em João Pessoa. Hoje vamos ter uma reunião, extremamente desagradável, onde a proposta é diminuir a velocidade de vacinação em João Pessoa. Como secretário do município não aceitarei isso, como já declarei abertamente. Cada município tem sua autonomia e logística de vacinação e as vacinas são distribuídas de forma isonômicas. Se alguém vacinou errado, se alguém não entendeu a vacinação, não é justo que João Pessoa pague por esse tipo de erro”, desabafou.

Em resposta ao desabafo de Fábio Rocha, o secretário de saúde do estado, Geraldo Medeiros explicou que a Secretaria de Saúde segue as orientações do Programa Nacional de Imunização (PNI) e trata de forma igualitária todos os municípios. De acordo com o secretario, quando a vacina chega é necessário o trabalho de separação e isso leva tempo.

“Quando as vacinas chegam, existe a separação das mesmas para cada município e requer um tempo para este trabalho. Entregamos em 24h todas as vacinas. A Secretaria Estadual de Saúde segue as orientações do PNI e resoluções da CIB (Comissão Intergestores Bipartite), entidade representativa de todos os 223 municípios.O tratamento igualitário com todos os municípios é o norte da SES”, disse Medeiros.

Em meio a mais essa divergência, a constatação é que na saúde Estado e Prefeitura começam a trilhar caminhos diferentes, o que pode ser resolvido com uma conversa franca entre os dois secretários, Geraldo Medeiros, da Saúde Estadual, e Fábio Rocha, da Capital.

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