A presidente afastada Dilma Rousseff vai ao Senado fazer sua própria defesa no julgamento final do impeachment. Seus aliados e o próprio presidente do Senado, Renan Calheiros, vinham aconselhando ela a comparecer. A data será no próximo dia 29, quando defesa fará a sustentação final. O presidente do Supremo Tribunal Federal Ricardo Lewandowski, que comando o processo no Senado, está fazendo os acertos, porque Dilma quer falar e sair, sem perguntas.
Dilma falará por 30 minutos, mas poderá ter seu tempo prorrogado por decisão de Lewandowski. Ela poderá ser interrogada pelos senadores, acusação e defesa. Cada um terá cinco minutos para fazer suas perguntas. Mas a petista não é obrigada a responder às perguntas. A ideia é que todo o dia 29 seja ocupado pela presença de Dilma. Os aliados comemoraram sua decisão de comparecer.
A informação sobre a decisão de comparecer foi antecipada nesta quarta-feira pela “Folha de S. Paulo” e confirmada pelo GLOBO. Dilma afirmou não estar preocupada com interrupções ou mesmo indagações agressivas de alguns senadores.
– Nunca tive medo disso. Aguentei tensões bem maiores na minha vida. É um exercício de democracia – disse à Folha.
Lewandowski e o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), se reuniram hoje com os líderes dos partidos para fechar o rito do julgamento final, que começará dia 25.
José Eduardo Cardozo, advogado de defesa da presidente afastada Dilma Rousseff, conversa com o ministro Ricardo Lewandowski
Lewandowski não quer sessões do impeachment no fim de semana
Renan e os líderes do PSDB no Senado, Cássio Cunha Lima (PB), e do DEM, Ronaldo Caiado, defenderam no encontro que o julgamento continue no final de semana – dias 27 e 28 -, com a oitiva das testemunhas de acusação e defesa. defenderam a sugestão. Ao final do encontro, Lewandowski admitiu que o processo tenha prosseguimento no sábado.
Ontem, a presidente fez um um pronunciamento de 13 minutos, no qual leu a íntegra da carta que enviará aos senadores, a presidente afastada Dilma Rousseff disse que mantém a esperança de voltar à Presidência, reafirmou que é inocente e defendeu um plebiscito para a convocação de novas eleições e de uma reforma política.
Mais uma vez, Dilma afirmou que um eventual impeachment de seu mandato seria um golpe. A petista, que falou no Palácio da Alvorada acompanhada de cinco ex-ministros, disse que nesse período enquanto lutava contra sua deposição ouviu críticas à sua gestão, bem como elogios, os quais escutou com “humildade”. Para a presidente afastada, num regime presidencialista não se pode derrubar o chefe de Estado pelo “conjunto da obra”.
O Globo
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