As mães de crianças que têm problemas de saúde e intolerância aos leites comuns estão sofrendo com a falta de produtos especiais desde maio deste ano, que deveriam ser fornecidos pela Secretária de Municipal de Saúde de João Pessoa. O secretário da pasta, Adalberto Fulgêncio informou que está fazendo um cadastramento dos pedidos e sugeriu que crianças, a partir de dois anos, que precisam de dieta especial e cara, comam feijão.
“A criança a partir de dois anos pode fugir do leite, ela pode comer feijão, pode comer uma dieta normal. Estamos fazendo os protocolos clínicos, tem um grupo de nutricionistas para fazer dietas alternativas, com uma dieta especial mais barata. Você pode ter dietas mais baratas para diversos níveis de classe social, que a mãe e o pai possa incorporar à dieta do seu filho, sem prejuízo. Em alguns casos nós temos que dar essa dieta especial”, disse.
Em entrevista a uma emissora de TV, uma mãe relatou o caso de sua filha de um ano. A menina tem intolerância a leite de vaca e de soja e precisa tomar leite a base de aminoácidos, que por mês chega a custar para família R$ 2 mil. Ela contou que tentou conseguir o produto no Núcleo de Atendimento de Dietas Especiais (Nade) da Secretaria de Saúde da Prefeitura de João Pessoa (PMJP), mas foi informada que o leite estaria em processo de licitação, sem prazo para ser fornecido.
Fulgêncio negou que os produtos para alimentação especial estejam em licitação. Segundo ele, as dietas especiais não são pactuadas com o Sistema Único de Saúde (SUS) e, por isso, a determinação é de que elas sejam oferecidas só aos munícipes da Capital.
“Já houve diversas licitações e já houve também dispensação em relação a essas dietas. Essas dietas não são pactuadas no Sistema de Saúde, não são financiadas. Não é um problema de gestão, é um problema de financiamento. Primeiro não é uma questão de vontade política, tem que saber quem paga, que financia. As dietas especiais são caríssimas. Nós temos 800 mil habitantes e tem 800 pessoas cadastradas. Como ela não é pactuada, a determinação do prefeito, corretamente, é que a gente cubra somente os munícipes de João Pessoa, porque tem gente de outros municípios pegando essa dieta”, alegou.
Ele ainda justificou que houve uma “enchente” de pedidos e agora as solicitações estão sendo racionalizadas. “Primeiro houve uma enchente de pedidos. Agora ela está sendo racionalizada, para que seja só de João Pessoa. Depois estamos colocando dietas alternativas e estamos concluindo o processo de 2016, os outros já foram concluídos. Não tenho um prazo, mas acredito que até o final do ano”, declarou.
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