Mesmo com a garantia do secretário Geraldo Medeiros (Saúde) de que tudo será resolvido e que ninguém ficará sem pagamento, médicos, enfermeiros, fisioterapeutas e demais profissionais de saúde ameaçam parar o maior complexo hospitalar da Paraíba partir da próxima semana. É que a Cruz Vermelha gaúcha, que está deixando a administração do Hospital de Trauma, na Capital, não pagou os salários e tampouco as verbas rescisórias dos contratos de trabalho com os quase dois mil profissionais da unidade de saúde.
Os quase dois mil profissionais devem acionar o Ministério Público do Trabalho (MPT) na próxima segunda-feira (1º de julho) diante da iminência de calote geral da Organização Social (OS). Ontem, um verdadeiro acampamento foi montado por trabalhadores e até fornecedores de medicamentos e insumos do hospital. Casos parecidos foram verificados em Patos e Taperoá, onde o governo assumiu os pagamentos após o afastamento das organizações sociais que atuavam anteriormente.
Vale lembrar que esses profissionais possuem vínculos com a Cruz Vermelha desde 2011, cujo modelo de terceirização foi adotado desde a ascensão de Ricardo Coutinho e o seu PSB ao Governo da Paraíba.
“Os funcionários foram obrigados a ser transferidos para Cruz Vermelha, que fez novos contratos, assinou nossas carteiras, mas agora não temos qualquer garantia de que continuaremos no hospital e, pior, se vamos receber rescisão e outras verbas trabalhistas, que é um direito nosso”, contou, com certa apreensão, uma profissional de enfermagem que tem vínculo empregatício com a OS desde o inicio da terceirização, em 2011.
A Cruz Vermelha, que está no olho do furacão da Operação Calvário, foi considerada como sendo de ‘utilidade pública pelo ex-governador Ricardo Coutinho (PSB). O ex-gestor estadual sancionou projeto da deputada Estela Bezerra, do mesmo partido, declarando de “utilidade pública” a Cruz Vermelha gaúcha, contudo, apesar de todo o escândalo, que já rompeu as fronteiras da Paraíba, continua tendo deferência com base na lei nº 11.244, que continua em vigor até o presente momento (SIC).
A Cruz Vermelha, filial gaúcha, já faturou mais de R$ 1 bilhão desde que foi contratada pelo ex-governador Ricardo Coutinho, em junho de 2011. O Hospital de Trauma, que era gerido até então por pouco mais de R$ 4 milhões, duplicou o seu custeio com o novo modelo.
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