Os senadores do grupo que reúne a maioria dos senadores na CPI da Covid saíram do depoimento dos irmãos Miranda sobre suspeitas de corrupção no contrato da Covaxin com uma certeza: diante dos novos fatos e linhas de investigação, será inevitável prorrogar a CPI, informa Malu Gaspar, em O Globo.
O grupo de independentes e de oposição na CPI tem sete dos onze senadores. “Chegamos à conclusão ontem de que será preciso prorrogar”, diz Alessandro Vieira (Cidadania-SE). “Não há outra alternativa”.
Segundo o senador, a prorrogação da CPI será colocada em votação (e aprovada) na próxima semana. Com isso, os trabalhos que deveriam terminar em 7 de agosto só serão finalizados 90 dias depois, no início de novembro.
Entre as providências que deverão ser tomadas estão a convocação para depor do deputado Ricardo Barros (PP-PR), líder do governo. Também serão pedidas novas quebras de sigilo e novos depoimentos, para averiguar e aprofundar as denúncias feitas pelos irmãos Miranda.
À CPI, o deputado Luis Miranda (DEM-DF) contou que Barros foi citado pelo presidente Jair Bolsonaro como o dono do “rolo” no contrato da Covaxin. Ricardo Barros já foi ministro da Saúde entre 2016 e 2018 e continua tendo influência política no ministério.
Ricardo Barros é também autor de uma emenda que permitia a importação de vacinas que ainda não tinham autorização da Anvisa para serem aplicadas no Brasil. A importadora da Covaxin, Precisa Medicamentos, já é investigada pelo Ministério Público Federal por desvios na venda de medicamentos ao Ministério da Saúde na gestão de Barros.
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