Conversa telefônica revela esquema de desvio de dinheiro público na Prefeitura de Patos

sdfrNa conversa, que conta na denúncia feita pelo Ministério Público Federal, uma pessoa chamada Claudio fala com Aloysio que o que ficou acertado com Dineudes foi 15%. Aloysio diz que sabe, mas que tem 1,5% que Aloysio Junior deu a Madson. Aloysio afirma que o valor que saiu foi de R$ 21.700,00, mas que cobra em cima de R$ 22.000.00, para colocar em cima desse valor e pergunta quanto dá.
Ainda na conversa, Aloysio diz que sacou R$ 21.700,00 e revela que Severo falou que tem R$ 100,00 que Dineudes tem que pagar de umas autenticações que Severo pagou. Na mesma ligação Aloysio e Claudio fazem as contas definindo a parte deles. Eles chegam a conclusão de que os 15% dos R$ 22.400,00 (total fechado por Aloysio) é R$ 3.340,00, mas subtraem esse valor da quantia sacada que foi de R$ 21.700,00, restando assim R$ 18.340,00 que deve ser pago a Dineudes.
Após essa conclusão das contas, Aloysio diz que vai tirar 2% para ele e 1% para Severo. Claudio concorda com o esquema. Sobre os R$ 100 para pagamento das autenticações dos documentos, Aloysio diz que não sabe quem pagará a conta a Severo, se Claudio ou Dineudes e revela que foi combinado 15% “para a gente fazer tudo” e que as despesas da licitação eram “por nossa conta”, combinando de pagar os R$ 100.
No final da conversa, Claudio diz que para pagar o restante do valor de uma impressora vai esperar “sair o de Malta” (município da Paraíba). Aloysio diz que não é para Claudio contar com o dinheiro de Malta por agora, pois conversou com Nael e ele teria dito que falou com Hugo (deputado Hugo Motta) que não está definido e que iria ver, mas que “não sabia quando ia dar certo esse negócio porque está dependendo da liberação de Brasília”. E concluindo, Claudio arremata afirmando que tirando o de Madson (1,5%), o de Aloysio (2%) e o de Severo (1%), resta 10,5%, resultando R$ 2.352,00 para Claudio e Junior.
O suposto esquema envolve obras com emendas do deputado federal Hugo Motta (PMDB) e também intervenções realizadas em Patos na gestão de Nabor Wanderley e Chica Motta (PMDB). A mãe do parlamentar Ilana Motta foi levada para prestar depoimento na primeira fase da Operação, sob suspeita de envolvimento no esquema. Ela foi secretária de saúde da cidade e exerceu o cargo de chefe de gabinete da prefeitura.
A investigação envolve a participação em organização criminosa, fraude à licitação, desvio de recursos federais e lavagem de dinheiro. A prisão foi fruto de ação conjunta articulada entre o Ministério Público Federal na Paraíba (MPF/PB), o Ministério Público do Estado da Paraíba (MPPB) e a Polícia Federal (PF).
Operação Desumanidade –  primeira fase da Operação Desumanidade foi realizada no ínicio de dezembro do ano passado com o objetivo de apurar irregularidades na contratação de empresas de construção que atuavam em prefeituras do sertão paraibano. As investigações constataram que licitações de saúde e educação eram direcionadas a determinada empresa que funcionava como fachada para encobrir ilegalidades na execução das obras. O esquema ocorreu em, ao menos, 13 obras de engenharia no município de Patos, sendo 11 unidades básicas de saúde, uma academia de saúde e uma quadra poliesportiva coberta, em três contratos firmados nos anos de 2014 e 2015.
A Controladoria apurou que, de cerca de R$ 3 milhões de recursos federais fiscalizados, foi identificado prejuízo de mais de R$ 800 mil. Houve irregularidades, como: indícios de não recolhimento dos encargos sociais, superfaturamento, pagamento por material não adquirido e por serviços não executados, além de direcionamento de processos licitatórios.
documento
documento1

documento2

Compartilhe: