O cenário político cearense ganhou novos contornos nesta quarta-feira (22). O ex-governador do Ceará e ex-ministro da Fazenda, Ciro Gomes, oficializou seu retorno ao PSDB, em uma solenidade realizada em Fortaleza. A cerimônia, marcada por um auditório lotado e clima de reconciliação política, também foi palco para declarações fortes — especialmente contra o PT, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro da Educação, Camilo Santana.
“Aqui não tem ladrão!”, disparou Ciro, arrancando aplausos entusiasmados dos tucanos presentes. A frase marcou o tom do evento e deixou evidente que o ex-ministro pretende retomar o protagonismo político no Ceará — agora do lado oposto ao grupo petista que domina o estado há quase duas décadas.
O retorno às origens
Ciro volta ao PSDB depois de mais de 30 anos. Foi pela legenda que ele se elegeu governador do Ceará em 1990, antes de trilhar caminhos por partidos como PPS e PDT — este último, onde construiu sua candidatura à Presidência em 2022. A desfiliação do PDT ocorreu na última semana, após crescentes divergências internas.
O PSDB, que busca se reerguer nacionalmente após anos de desgaste, vê em Ciro uma figura capaz de revigorar sua presença no Nordeste e abrir caminho para uma candidatura competitiva ao Governo do Ceará em 2026. O próprio ex-ministro não confirmou oficialmente a intenção, mas deixou o recado: “O Ceará precisa se libertar novamente.”
Farpas e recados
No discurso, Ciro fez questão de mirar seus antigos aliados:
“Aqui não tem ladrão. Aqui tem gente decente, que quer o bem do povo e do Ceará.”
A fala, embora sem nomes diretos, foi interpretada como uma crítica clara a Lula, ao PT e ao grupo liderado por Camilo Santana, ministro da Educação e ex-governador cearense. O tom do discurso mostrou que a reaproximação com os tucanos vem acompanhada de uma guinada estratégica: Ciro se posiciona agora como principal voz de oposição ao PT no estado.
