O prefeito de João Pessoa, Cícero Lucena, revelou, em entrevista ao programa Arapuan Verdade, da rádio Arapuan FM, que a gestão do ex-prefeito Luciano Cartaxo usou pedras oriundas de Sapé e em Pedras de Fogo para fazer a ‘engorda’ da praia na área da Barreira do Cabo Branco, obra polêmica apontada como ineficiente e de dano ambiental, que, conforme o gestor, o Ministério Público da Paraíba recomendou não fosse dado continuidade ao projeto da gestão anterior. Ele adiantou que pretende retomar os estudos para possibilitar a engorda das faixas de areia das praias de Cabo Branco e Manaíra.
Lucena recordou que durante seu primeiro mandato como prefeito da capital paraibana, há 17 anos, realizou estudos sobre a viabilidade desse engordamento da faixa de areia. “A solução pra ali não é uma solução de um prefeito, mas de uma sociedade. Aquilo é o patrimônio da Paraíba. É o ponto mais oriental das Américas que está sendo afetado”, ilustrou.
Cícero criticou a técnica adotada pela gestão de Cartaxo para resolver os problemas na Barreira do Cabo Branco. “Acabamos de receber recomendação do Ministério Público no sentido de que a gente não continuasse com o projeto que está previsto agora e que a gente trouxesse algo moderno, inovador. As técnicas adotadas não são as técnicas utilizadas na maioria das soluções dos problemas. A prova é que fizeram um enrocamento, deixaram de fazer 400 metros e aí está avançando tudo. Aquela obra nós temos que fazer emergencial porque essa obra (nova) vai depender de projeto, de corrente marinha, fazer o processo de licenciamento ambiental, de licitação. Se deixar aquele trecho que está ali do girador até quase o Gulliver, quando faltaram de fazer o enrocamento, vai ‘comer’ a barreira daquela área.”
O prefeito disse que sua proposta é mais barata e não usará pedras buscadas em outros municípios, conforme apontou sobre a gestão de Cartaxo. “Esse tipo de obra é, inclusive, a mais barata. Nós não vamos pegar 50 milhões de metros cúbicos ou o que for definido no projeto e não vamos buscar pedra, como foi buscado, em Sapé, em Pedras de Fogo, para fazer o enrrocamento ali. Tá dentro ali do mar, é uma draga.”
Cícero Lucena adiantou que os estudos e o planejamento devem demorar cerca de um ano. Já a execução seria mais rápida. Lucena estima que seriam necessárias obras em cerca de cinco ou seis quilômetros de faixa de areia. “Se você fizer do girador do Gulliver até o Seixas, dá três quilômetros. Como dá também do Hotel Tambaú ao MAG, dois quilômetros”, analisou.
O prefeito de João Pessoa considera ainda que o projeto é totalmente viável, dando o exemplo ainda de várias cidades que executam obras parecidas, como em Balneário Camboriú e Fortaleza. “Espero que tenhamos a oportunidade de debater isso de forma técnica, de forma responsável”, antecipou.
Ele ainda detalhou que o trabalho a partir de agora será o de “ir atrás de dinheiro. E esse tipo de obra é a mais barata”.
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