Brasil não aguenta mais Lula e tampouco PT; por Ivandro Oliveira

O Brasil enfrenta um momento de cansaço político que se tornou quase palpável em conversas do dia a dia: “O Brasil não aguenta mais o PT, o Brasil não aguenta mais o Lula.” A frase de Tarcísio de Freitas, governador de São Paulo pelo Republicanos, certamente encontra eco em mim e nos demais integrantes da torcida do Flamengo. Não se trata apenas de retórica eleitoral; é a expressão de um esgotamento histórico, validado por dados e pela experiência cotidiana. Em resumo, o sentimento popular ecoa uma realidade objetiva: o modelo lulopetista é fiscalmente insustentável, economicamente estagnante, institucionalmente corrosivo e diplomaticamente anacrônico.

Na oposição, o PT já foi visto historicamente como imprevisível e, em momentos cruciais, irresponsável, desde a recusa de marcos civilizacionais como componentes da Constituição e do Plano Real. No governo, os resultados repetem-se: queda de produtividade, deterioração fiscal, aparelhamento do Estado, erosão da moral pública e uma política externa que confunde alinhamento com ditaduras e hostilidade ao Ocidente com soberania. Na economia, o lulopetismo substituiu reformas estruturais por expansão do gasto público, subsídios distorcivos e intervenção estatal improvisada. O custo aparece na dívida crescente, no déficit persistente, nos juros elevados e na paralisia do investimento privado.

Dados ajudam a confirmar a percepção de desgaste: segundo o FMI, em 45 anos o Brasil passou do 48.º para o 87.º lugar no ranking de PIB per capita, aproximando-se da metade mais pobre do planeta — uma mudança que se conecta com o fato de o Brasil ter sido governado pelo PT em 16 dos últimos 22 anos. A leitura não é apenas estatística; é a história de uma instituição pública moldada, no longo prazo, por escolhas que favoreceram o curto prazo e empurraram custos para as futuras administrações.

A cultura institucional associada ao PT é descrita com fortes traços de adversidade ao mérito e tolerância ao clientelismo. A máquina pública, por vezes, parece ter sido ocupada por aliados, as estatais viraram cabides de emprego e o Congresso, visto ora como inimigo, ora como balcão de negócios, demonstra as fragilidades de um sistema que não consegue (ou não quer) se renovar de forma radical. Na política externa, a retórica de poucos aliados replaced por decisões pragmáticas em outras capitais mostra um contraste entre discurso ideológico e prática diplomática. No campo moral, o partido é lembrado, com razão, por escândalos que minam a confiança pública e levantam dúvidas sobre a ética na gestão pública.

O desafio, então, é claro: não basta renovar rostos; é preciso repensar fundamentos. Um debate público responsável precisa considerar como construir um arcabouço fiscal sustentável, incentivar a produtividade, aumentar a qualidade institucional e adotar uma postura externa que priorize resultados pragmáticos e alinhados com a cooperação global, sem abrir mão da soberania. A transição requer propostas sólidas, transparência e a capacidade de convencer o eleitorado de que mudanças profundas são possíveis e necessárias para um Brasil mais estável, competitivo e justo.

O fato é que o desgaste é real, e a resposta não está em discursos apenas inflamados, mas em propostas claras que mostrem como o país pode retomar o caminho do crescimento sustentável, da responsabilidade fiscal e da integridade pública. O desejo popular por menos promessas vazias e mais resultados concretos é legítimo — e deve orientar o debate público rumo a um projeto que una seriedade econômica, ética pública e cooperação internacional responsável.

A verdade é que o país não deve e nem precisa trocar 6 por meia dúzia, nem um demagogo por outro, mas virar a página e escrever uma nova história, com novos personagens e, de uma vez por todas, fazendo com que a esperança realmente vença o medo.

Ivandro Oliveira é jornalista.

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