8 sessões para julgar (e condenar) Bolsonaro

Bolsonaro durante interrogatório no STF | Foto: Antônio Augusto/STF

O ministro Cristiano Zanin, presidente da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal, marcou para o dia 2 de setembro o início do julgamento de Jair Bolsonaro e outros seis réus do núcleo principal da tentativa de golpe de 2022.

O ritmo será intenso. Além da sessão inaugural, estão previstas outras sete, nos dias 2, 3, 9, 10 e 12 de setembro, em dois turnos. A ideia é garantir tempo para que as defesas e a Procuradoria-Geral da República falem por uma hora cada, além da leitura do relatório, dos votos e eventuais debates entre os ministros. Zanin será o último a votar, por ser o presidente da Turma.

A marcação foi feita menos de 14 horas após o ministro Alexandre de Moraes solicitar a inclusão do caso em pauta. As alegações finais das defesas haviam sido entregues no fim da noite anterior. O processo foi instruído e finalizado em tempo recorde, e agora segue para julgamento sob um cronograma apertado, mas com espaço para manobra. Aliados de Bolsonaro esperam que Luiz Fux peça vista, o que abriria caminho para adiar o desfecho por 90 dias. Nesta hipótese, o julgamento pode avançar pelo início de 2026.

Além de Bolsonaro serão julgados Braga Netto, Anderson Torres, Ramagem, Augusto Heleno, Paulo Sérgio, Almir Garnier e Mauro Cid, o único colaborador. PGR pede a condenação de todos pelos crimes de organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça e deterioração de patrimônio tombado.

As defesas dos réus negam os fatos e sustentam que não existem provas de que o ex-presidente tenha planejado um golpe.

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