A dor de uma cidade: Mari chora a morte de Allan Gomes, herdeiro de um legado político e humano

Mari vive um dos momentos mais dolorosos de sua história recente com a morte precoce de Allan Gomes, filho do ex-prefeito Antônio Gomes, ocorrida nesta quinta-feira (26). A tragédia que abateu uma das famílias mais tradicionais e respeitadas da cidade tocou também o coração de toda a Zona da Mata paraibana, que acompanhava, com fé e esperança, a luta de Allan pela vida após a ruptura de um dos três aneurismas cerebrais que o acometiam.

Allan estava internado em estado grave na UTI, sedado, monitorado de perto por uma equipe médica que, até o último instante, tentou reverter o quadro com todos os recursos disponíveis. Uma batalha travada em silêncio, marcada por procedimentos delicados, como a drenagem intracraniana, e pelo apoio incansável da família, especialmente da irmã, Rosemagna Cunha — ex-secretária de Educação do município —, que acompanhou cada etapa da internação. “Uma verdadeira catástrofe. Foi horrível”, desabafou, tomada pela dor irreparável.

Allan deixa a esposa, Isabelly Oliveira, filha do atual vice-prefeito de Mari, Sapinho, e um filho pequeno — além dos pais, Antônio Gomes e Rosineide Cunha, ex-secretária de Ação Social, e os irmãos Alisson Gomes, vereador, e Rosemagna. Mas deixa, também, um vazio que vai além da perda familiar: Mari perde um jovem de gestos largos, como definiu um amigo, um homem cordato, de trato leve, carismático e naturalmente talhado para a vida pública — ainda que nunca tenha ocupado cargos formais.

Conheci Allan através do advogado Alberto Ferreira, nosso amigo em comum. E logo me impressionou sua postura, seu olhar atento, sua escuta generosa. Era impossível não enxergar nele um sucessor natural do pai, talvez o maior benfeitor da história recente de Mari, pela soma de gestos, obras e administrações que transformaram o município. Allan herdava essa vocação com naturalidade, sem pressa e sem alarde, mas com o carisma que, segundo muitos, o tornava o mais popular entre os filhos de Antônio Gomes.

A notícia de sua morte foi confirmada pela página Divulga Mari nas redes sociais e causou comoção imediata. Foram muitas as manifestações de luto e solidariedade de amigos, líderes políticos, religiosos e populares. A cidade parou, envolta em silêncio e lágrimas, para homenagear o jovem que partiu cedo demais.

Há mortes que parecem não caber na lógica da vida — e esta é uma delas. Mari não perdeu apenas um filho ilustre. Perdeu um pedaço de esperança, uma semente promissora de seu futuro. Que a memória de Allan Gomes siga viva na lembrança dos que o amaram e na história de uma cidade que agora o chora.

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