A Polícia Civil do Rio pediu a prisão de três sócios de empresas que lesaram pessoas com a promessa de retorno financeiro fácil e rápido e que foram para Dubai, nos Emirados Árabes, onde ostentavam luxo. A Justiça ainda não se manifestou sobre o pedido.
De acordo com as investigações, Gustavo Pontes Galvanho, Tiago Achiles e Rafael Ramiro montaram consultorias financeiras no Rio de Janeiro, São Paulo, Pernambuco e Sergipe. Eles convenciam investidores de todo o país a entregar altos valores sob a promessa de retorno de até 4% ao mês. Os três sócios foram indiciados pelos crimes de associação criminosa, crime contra a economia popular e estelionato.
Ainda segundo a polícia, o dinheiro jamais era devolvido. Galvanho e Achiles viajaram para Dubai com os recursos desviados.
(CORREÇÃO: O G1 errou ao dizer que todos os sócios das empresas estavam em Dubai. Tiago Achiles esteve na cidade com Gustavo Galvanho, mas já se encontrava no Rio nesta segunda-feira (5). A informação foi corrigida às 16h53).
O que dizem as vítimas
Como mostrou o Bom Dia Rio nesta segunda-feira (5), a enfermeira Deise da Silva, uma das vítimas da fraude, perdeu R$ 100 mil no esquema.
“Pedi às pessoas da minha confiança para dar uma olhada no contrato. Todo mundo dizia que era registrado em cartório e que não tinha nada de anormal, que eu poderia confiar”, disse.
Gustavo Pontes Galvanho e Tiago Achiles foram para Dubai, depois de lesar investidores — Foto: Reprodução/TV Globo
Segundo ela, os golpistas prometeram retorno mensal de R$ 2.500, mas nada foi pago.
Uma mulher disse ter convencido o marido, desempregado, a fazer um empréstimo de R$ 35 mil na consultoria de Galvanho. Atualmente, o casal acumula uma dívida que chega aos R$ 80 mil.
O desempregado Robson Macedo também foi vítima da fraude.
“Eu estou no fundo do poço. Desempregado, com 61 anos, falido, quebrado, devendo ao banco. Estou vivendo à base de remédio de depressão. Se não é minha mãe, eu estava morando na rua.”
Pirâmide é crime
Proposta de retorno era golpe — Foto: Reprodução/TV Globo
Segundo a polícia, o esquema de Galvanho, Achiles e Ramiro, que prometia alto lucro em pouco tempo, era uma espécie de pirâmide financeira — prática considerada crime contra a economia popular no Brasil.
“Quando prometem um retorno alto e dizem que não tem risco, já existe uma fraude”, alerta o economista Luiz Gustavo Medina.
O que dizem as defesas
As defesas de Galvanho e Ramiro não se manifestaram.
O advogado Rôney Neto, que representa Tiago Achiles, nega que ele esteja em Dubai. Segundo Neto, ele esteve na cidade dos Emirados Árabes com Gustavo Galvanho assim que entrou para a empresa, mas já se encontra no Rio de Janeiro.
A defesa afirmou que o nome de seu cliente aparece no inquérito policial como sendo o de um dos donos da empresa que lesou pessoas em quatro estados. No entanto, o advogado esclarece que ele apenas convencia novos investidores a colocar o seu dinheiro no esquema.
“Ele não fazia isso por má fé, mas porque de fato acreditava no negócio que o Gustavo Galvanho apresentou para ele. Tanto é que o Tiago[Achiles] convenceu o irmão, a esposa e a sogra a investirem também. Os três juntos devem ter perdido perto de R$ 1 milhão”, disse o advogado.
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