Cerca de dois mil pacientes com psoríase recebem, atualmente, tratamento adequado no Centro de Pesquisa, Apoio e Tratamento de Psoríase da Paraíba (CRATP-PB), que fica no Hospital Universitário Lauro Wanderley (HULW), na Capital. A falta de informação, a discriminação e o preconceito com relação à doença fizeram com que a Câmara Municipal de João Pessoa (CMJP) realizasse, na tarde desta quarta-feira (30), uma Sessão Especial para discutir o tema.
Na ocasião, pessoas acometidas pela doença relataram as situações de preconceito e, até mesmo, de diagnósticos errados que tiveram que enfrentar ao longo dos anos. “A psoríase me trouxe dor porque tive 90% acometido, mas vi que ela só toma conta da sua vida a partir do momento que você não toma controle dela. E uma questão de pele, mas é também uma questão de mente. Quando tudo passou, eu vi que era uma nova mulher”, relatou Milena Alves, que hoje faz um trabalho voluntário em serviços humanitários.
Alusiva também ao dia 29 de outubro, que marca o Dia Mundial da Psoríase, a Sessão Especial – proposta pelo vereador Lucas de Brito (PV) – também contou com a participação de profissionais de saúde e ativistas, além de representantes de entidades que trabalham com a doença.
O parlamentar lamentou que ainda exista discriminação com as pessoas que sofrem com a psoríase. “Através do debate nós temos condições de tentar diminuir o preconceito e mostrar que a doença não é contagiosa, como muitas pessoas acham”, ressaltou Lucas de Brito, que propôs uma interlocução com a Gestão Municipal para que o tratamento possa ser oferecido em algumas unidades de saúde de João Pessoa.
A psoríase é uma doença inflamatória de pele, não contagiosa, multigênica (vários genes envolvidos), com incidência genética em quase 30% dos casos. O problema caracteriza-se por lesões avermelhadas e descamativas, normalmente em placas que aparecem no couro cabeludo, cotovelos e joelhos.
Segundo a médica dermatologista Esther Palitot, coordenadora do CRATP, o tratamento vai desde medicamentos para a pele, comprimidos e injeções, até medicamentos mais sofisticados imunobiológicos. O tipo mais comum da doença é a que aparece em forma de placas, caracterizadas por manchas avermelhadas e recobertas por escamas.
“As manchas ocorrem, especialmente, em áreas de trauma do corpo, como couro cabeludo, na região da palma das mãos, plantas dos pés, cotovelos e joelhos”, contou a dermatologista, acrescentando que, além de aparecer na pele, a doença também pode acometer as articulações. Esther Palitot lembrou do início das discussões sobre a doença, da fundação do Centro e destacou que no primeiro semestre de 2020 os pacientes já terão acesso aos medicamentos pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
A presidente da Associação dos Amigos e Portadores de Psoríase do Estado da Paraíba (APPEB), Tereza Cristina, falou que a entidade tenta dar o suporte necessário para que os pacientes, que residem em locais distantes de onde podem obter o tratamento, tenham condições de se deslocar para receber atendimento médico. Tereza revelou que muitos destes pacientes não têm condições financeiras de sair dos seus municípios para fazer o tratamento no CRAT, e explicou que a associação foi criada, há 4 anos, com o objetivo de oferecer apoio físico e moral aos portadores, pacientes, familiares e amigos.
Ascom/CMJP
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