No fim de semana em que se tornou campeão com a seleção brasileira pela primeira vez, na vitória por 3 a 1 sobre o Peru, e foi questionado diversas vezes sobre seu futuro, Tite se limitou a dizer que acertou um contrato até 2022 com o presidente da CBF, Rogério Caboclo. Para ele, o compromisso responde qualquer dúvida.
Ele não tem intenção de sair. Embora tenha se recusado a dizer com todas as letras que continuaria, comentou ações e ideias para os próximos meses. Tite tem apoio total do grupo de jogadores e um desejo fortíssimo de disputar – e conquistar – a Copa do Mundo de 2022.
Mas Tite tem uma preocupação: a manutenção do nível de trabalho de sua comissão técnica. Edu Gaspar e Fernando Lázaro se despediram com o título diante do Peru. O coordenador vai trabalhar no Arsenal e o analista de desempenho será auxiliar de Sylvinho, outra baixa da Seleção, no Lyon.
Em quase três anos à frente da Seleção, Tite tem dividido funções cada vez mais. Ele considera extremamente essencial a manutenção de uma comissão técnica fixa e fortalecida, e não esconde o desejo de trabalhar com nomes de sua confiança. Por isso, o substituto de Edu Gaspar pode se tornar uma questão determinante para os próximos passos da Seleção.
Embora coordenador, Edu tinha mais ligações com a comissão técnica, até em razão de seu histórico no Corinthians ao lado do treinador e dos auxiliares, do que com a cúpula da CBF. Embora dirigentes não tenham lamentado tanto sua saída para o Arsenal, Tite sentirá muito sua ausência.
– O trabalho foi nota 10 nessa Copa América, não há nada que eu possa falar. O trabalho do Edu foi espetacular – disse o auxiliar Cleber Xavier, ao lado de Tite na entrevista pós-título.
O nome de Juninho Paulista surge com força por ter um raro perfil determinado pela CBF: experiência em campo – foi campeão mundial em 2002 – e também como gestor – está licenciado do cargo de presidente do Ituano. Ele está na diretoria de desenvolvimento da entidade. Tite se recusa a indicar quem quer que seja, mas, caso seja consultado, dirá que Juninho é um nome do seu agrado.
O técnico acha que o Brasil não teria vencido a Copa América sem uma equipe robusta, que tem preparador físico, fisiologista e analistas de desempenho exclusivos da Seleção. Cita as recuperações de Thiago Silva, que passou por artroscopia no joelho semanas antes de se apresentar, e Firmino, lesionado na reta final da temporada europeia, como exemplos. Outro jogador listado como mérito da comissão é Arthur, há muito tempo sem atuar por 90 minutos no Barcelona, e preparado para suportar fisicamente a Copa América como titular.
Em nota, a CBF disse que irá manter sua comissão técnica em caráter permanente. Embora não tenha ficado lá muito claro o que isso quer dizer, Tite acredita no diálogo aberto com o presidente Rogério Caboclo para pavimentar o caminho até a Copa do Mundo de 2022. Ambos se cumprimentaram com um longo abraço na cerimônia de premiação, no Maracanã.
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