– A gente estava ganhando por 2 a 1 do Guarany de Bagé em casa e ele fez uma substituição. E naquela época ele já jogava como hoje, com saída de três. Ele botou um volante que fazia muito bem essa saída, mas nosso zagueiro atrasou uma bola, ela quicou, passou pelo pé do volante, o adversário roubou e empatou. Acabando o jogo, desceu um senhor da arquibancada e começou a xingar o Tiago atrás do banco. Ele não aguentou, era muito explosivo, perdia muito rápido a paciência com torcedor ou jogador adversário. Então virou para aquele senhor e começou a xingar, falou palavras de baixo calão e até chamou o idoso para brigar (risos) – relembrou.
– Quando acabou o jogo, fui para casa e tocou meu telefone. Era o presidente do São Paulo me ligando para dizer que ia ter que mandar o Tiago embora. Eu falei: “Está louco? O time está invicto, jogando bem, hoje foi uma fatalidade”. Mas ele falou que não tinha a ver com o empate: “O Tiago brigou com um senhor que é o patrono do clube, faz parte do Conselho, querem a cabeça do Tiago” – recordou Athos.
Tiago, assim, foi demitido pela última vez. Athos, que depois viria a jogar com o treinador mais uma vez, trocou mensagens com ele e deu um conselho importante: era necessário mudar a postura em campo.
– Tiago é excepcional como pessoa, tem um coração enorme. E conversamos, dei uma dica de amigo, temos a mesma idade. Falei: “Estou no futebol há muito tempo. Você precisa mudar, não cabe essa postura, você é um treinador profissional, daqui a pouco está num time maior e pode acontecer coisa pior. Não pode bater boca com torcedor ou jogador adversário”. Ele entendeu – completou o meia.
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