Reformado por cerca de R$ 15 milhões com verbas públicas para servir de campo de treinamento para seleções na Copa do Mundo de 2014, o estádio Antônio Fernandes, no Guarujá, litoral de São Paulo, causou dois W.O. para o time que leva o nome da cidade na quarta divisão do estado.
Interditado há um ano por uma ordem judicial, o estádio foi indicado pela equipe como o local de seus jogos para a Federação Paulista de Futebol (FPF), mesmo sem ter condições legais de receber uma partida.
Sem conseguir transferir os jogos para outros lugares, o Guarujá acabou decretado o perdedor por 3 a 0 nas partidas que faria contra o Barcelona Esportivo e o Mauá nos dois últimos sábados.
Uma liminar de abril de 2017, reforçada por decisão de segunda instância de novembro do mesmo ano, determinou a interdição total do estádio, que não atendia às exigências de acessibilidade e não tinha um alvará do Corpo de Bombeiros.
A reforma do estádio foi financiada com R$ 10.339.248,34 de um convênio entre a prefeitura do Guarujá e o Dade (Departamento de Apoio ao Desenvolvimento de Estâncias), órgão da Secretaria de Turismo do Estado de São Paulo. O valor foi transferido ao município em três pagamentos, o último deles em 30 de abril de 2014. Outro convênio, este com o Governo Federal, liberou mais R$ 4,5 milhões para a obra.
A cidade foi a base da seleção da Bósnia-Herzegovina durante a Copa do Mundo. As obras previstas, porém, nunca foram concluídas. Apesar disso, o estádio foi utilizado normalmente, inclusive com atividades abertas ao público durante o Mundial realizado no Brasil.
No começo deste ano, mesmo com a interdição, o Guarujá indicou à FPF que utilizaria o estádio como sede na disputa da quarta divisão paulista. Pouco antes do primeiro jogo do time em casa, a prefeitura tentou, sem sucesso, uma liberação parcial do lugar. O argumento era de que havia feito as obras necessárias para regularizar o local.
No último dia 18 de abril, uma vistoria feita por um arquiteto do Caex (Centro de Apoio Operacional à Execução) do Ministério Público apontou que os problemas persistem. O relatório diz que “há irregularidades com relação a aspectos de engenharia civil, engenharia elétrica e de conforto”. Ele ainda conclui: “O Estádio Municipal Antônio Fernandes não é acessível”.
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