O Inter convive com a expectativa de dois duelos decisivos com o Athletico-PR pela Copa do Brasil, capazes de encerrar um jejum de 27 anos sem títulos nacionais. Mas o fato de voltar à final da competição após uma década já tem um impacto e tanto para o clube, com um novo fôlego às finanças em meio a anos de vagas magras.
Além da oportunidade de brigar pelo título, a vaga na final rende ao clube ao menos R$ 21 milhões em premiações. Em caso de bicampeonato, o Colorado irá faturar mais R$ 52 milhões. Ao todo, a premiação na competição pode chegar a R$ 63 milhões (confira os valores abaixo).
Todas essas cifras permitem que o Inter encerre o ano com superávit (saldo positivo entre receitas e despesas) – algo que não ocorreu com a atual gestão, nem com a anterior. Ou seja: fechar 2019 operando no positivo já é uma realidade para os cofres do clube.
A situação contrasta com o que havia sido apresentado pelo presidente Marcelo Medeiros em café da manhã com a imprensa na metade do ano. O mandatário apresentou as contas do primeiro semestre com um déficit de R$ 33 milhões e previsão de encerrar 2019 com R$ 12 milhões no vermelho.
De lá para cá, o Inter acertou a venda de Iago ao Augsburg, da Alemanha, que rendeu um valor já previsto no planejamento orçamentário. O incremento de pelo menos R$ 33 milhões da Copa do Brasil não estava previsto e permite que o clube feche o ano no positivo.
A diretoria ainda se reunirá com o grupo de jogadores para definir os valores pagos em premiações. Só depois, se terá uma estimativa de quanto entrará nos cofres do clube.
– Com esses resultados, já tem algum superávit, vamos estar sabendo isso quando fechar, daqui a uma semana. Vamos definir a premiação dos jogadores. Aí, fecha a conta toda. Vai ajudar muito. É uma diferença, nós não orçamos esse valor. É um dinheiro novo no nosso orçamento – afirma o vice-presidente Alexandre Chaves Barcelos ao Globoesporte.com
O Inter já recebeu R$ 12,5 milhões na Copa do Brasil
- Oitavas de final: R$ 2,5 milhões
- Quartas de final: R$ 3,1 milhões
- Semifinais: R$ 6,7 milhões
E ainda vai receber mais:
- R$ 52 milhões se for campeão (total: R$ 63,35 milhões)
- R$ 21 milhões se ficar com o vice (total R$ 33,35 milhões)
Premiações não mudam realidade
As premiações da Copa do Brasil dão um fôlego valioso para as finanças. Mas não são capazes de mudar o patamar de investimentos do Inter no futebol. A realidade financeira do clube ainda é severa: a dívida é de R$ 668 milhões, dos quais R$ 357 milhões dizem respeito à Brio, gestora do Beira-Rio até 2034 e responsável pela reforma do estádio.
Boa parte – se não todo – do lucro previsto para 2019 servirá para quitar e renegociar dívidas do passado. A diretoria vê a entrada de recursos como fator a restabelecer a credibilidade do clube, após anos sucessivos da balanço negativo, com um déficit que já foi de R$ 65 milhões em uma temporada.
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