A Associação Paraibana de Astronomia (APA) divulgou imagens simulando como seria se um asteroide caísse em João Pessoa. As montagens mostram diversos pontos, como o largo da Igreja São Francisco e a avenida Epitácio Pessoa. Nesta quarta-feira (30), Dia Internacional do Asteroide, o astrônomo Marcelo Zurita fala sobre esses fragmentos de rocha espacial em órbita do Sol.
Segundo Zurita, 30 de junho foi escolhido como Dia Internacional do Asteroide em função do maior evento de impacto da história recente da humanidade, o Evento de Tunguska, que ocorreu nessa data em 1908.
“Estima-se que o asteroide que atingiu a Terra naquele dia tinha cerca de 100 metros e a explosão provocada por seu impacto com a atmosfera devastou completamente uma área de mais de 2 mil quilômetros de floresta. Só para se ter ideia, a área devastada é maior que a soma das áreas de todas as capitais do Nordeste”, explicou.
Um asteroide pode ter desde poucos metros até centenas de quilômetros. Em um site da Nasa (National Aeronautics and Space Administration – Administração Nacional da Aeronáutica e Espaço) é possível ver os registros de pequenos asteroides que atingiram a atmosfera da Terra desde 1988 e foram detectados pela rede internacional de sensores de infrassom administrados pelo governo americano.
Zurita afirma que, desde 1988, foram mais de 800 impactos registrados no planeta, o que dá uma média de 1 impacto a cada 15 dias, e que o último caso foi no Brasil.
“Curiosamente, o último caso registrado foi sobre o Brasil, na divisa entre MT e MS no dia 9 de junho. O maior impacto registrado nesse período foi o Meteoro de Chelyabinsk, cuja explosão feriu mais de 1.000 pessoas na Rússia em 2013”.
Em 2013, um asteroide com cerca de 17 metros explodiu acima da cidade de Chelyabinsk na Rússia. Na imagem, uma representação desse asteroide colocado cuidadosamente no adro da igreja de São Francisco. — Foto: Associação Paraibana de Astronomia
Zurita explica que para que um asteroide comprometa a vida na Terra, depende do tamanho, e que já existem estudos para desviar ou destruir um asteroide que esteja em rota de colisão com o planeta ou evacuar a região onde o fragmento está previsto para cair. Ele ressalta que para que a operação dê certo é preciso que o asteroide seja detectado com antecedência.
“Mesmo que não possamos fazer nada para evitar, só podemos evacuar uma região que possa ser afetada por um impacto se tivermos o mínimo de antecedência. E se voltarmos ao mapa de impactos que lhe passei anteriormente, daqueles mais de 800 registros, apenas quatro foram de asteroides descobertos no espaço antes de se chocarem com a Terra. Por isso, nossa maior necessidade é aumentar a capacidade de detecção de asteroides que possam representar algum risco futuro para o nosso planeta”.
G1
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