O governo federal gastou pelo menos R$ 1,072 milhão em dinheiro público durante a viagem do vice-presidente da República, Hamilton Mourão (PRTB), a Luanda, capital de Angola, na segunda metade de julho. Informações prestadas pela Vice-Presidência da República ao Metrópoles, via Lei de Acesso à Informação (LAI), além de dados levantados pela reportagem no Painel de Viagens do Ministério da Economia, mostram que foram desembolsados R$ 441.930,16 em diárias, R$ 609.159,09 em passagens e R$ 20.818,29 com outros gastos, como seguro para viagens.
Os dados não incluem despesas com combustíveis nem com alimentação dos servidores, devido ao sigilo imposto sobre essas informações. A crise já levou à suspensão da direção de origem brasileira da igreja no país e criou tensão política entre as duas nações.
“Na orientação que eu recebi, de maneira geral, era para conversar também sobre esse assunto, né?! Você pega o seguinte: 99 brasileiros foram expulsos do país angolano. Isso não é uma coisa simples, né?! Então, a gente tem que conversar sempre a respeito, né?! Imagina se 99 jornalistas fossem expulsos de um país. O governo aqui ia cruzar os braços? Não. É a mesma coisa”, disse Mourão, no dia 20.
O montante consolidado pelo Metrópoles inclui os gastos da Vice-Presidência da República (VPR), do Ministério das Relações Exteriores (MRE), do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) e da Secretaria Especial de Assuntos Estratégicos (SAE).
O chefe do Itamaraty, embaixador Carlos Alberto Franco França, e o secretário especial de Assuntos Estratégicos da Presidência da República, almirante Flávio Rocha, também participaram da conversa com o presidente de Angola. O GSI é responsável por realizar a segurança pessoal do vice-presidente.
No total, foram 222 diárias e 102 passagens. Apesar de a viagem ter durado menos de quatro dias para Mourão e Flávio Rocha e três para Carlos França, alguns servidores ficaram afastados por até 13 dias. Trata-se de um procedimento comum. Isso ocorre para que seja realizado um reconhecimento do local onde as autoridades vão se encontrar e se hospedar, por exemplo.
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