O vice-presidente Hamilton Mourão (foto) voltou a criticar o modelo de distribuição de recursos por meio das emendas do relator, as emendas secretas. O instrumento foi usado pelo governo, durante a votação da PEC dos Precatórios, para comprar votos de parlamentares.
Em entrevista ao UOL, Mourão disse que as emendas fogem aos princípios da administração pública. “Na minha visão, o orçamento foi sequestrado. Qual é o dever do Congresso? O governo apresenta a peça orçamentária, e o Congresso define realmente onde serão as prioridades e, a partir dali, a responsabilidade pela execução é do executivo. Isso fugiu com essa questão do orçamento secreto. Foge dos princípios da administração pública. Onde está a impessoalidade nisso aí? Onde está a publicidade? Você não sabe para onde está indo esse recurso.”
O vice-presidente disse que Jair Bolsonaro sabe qual é o seu posicionamento sobre o assunto. “O presidente sabe da minha posição a esse respeito. Mas são as negociações que vêm sendo feitas. […] Nós passamos mais de dois anos para tentar conseguir uma base dentro do Congresso. O presidente optou, no começo, por aquela questão das bancadas temáticas. Aquilo se revelou totalmente improducente. Terminou com nós indo negociar com o Congresso em uma situação de desvantagem.”
Questionado sobre as comparações feitas entre o orçamento secreto e o mensalão, Mourão desconversou. “Eu acho que é totalmente diferente. O mensalão é dinheiro na mão, é diferente isso aí. É o uso do orçamento em benefício daqueles que apoiam o governo.”
O Antagonista
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