Economistas criticam falta de clareza e de detalhamento nas propostas de Bolsonaro e Haddad

As propostas para economia dos dois candidatos à Presidência da República que disputam o segundo turno das eleições, Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT), são bem diferentes em diversos pontos, mas igualmente vagas e com pouco detalhamento sobre os principais temas. Economistas ouvidos pelo G1 criticam a falta de clareza nos programas e apontam uma série de fragilidades, contradições e dúvidas sobre a viabilidade das propostas apresentadas.

Entre os temas mais urgentes que terão de ser enfrentados pelo próximo governo e que não foram detalhados mais a fundo pelos candidatos e suas equipes está o desequilíbrio das contas públicas, que deverão registrar no ano que vem seu 5º déficit anual consecutivo. O rombo em 2019 está projetado em R$ 139 bilhões.

Pouco foi explicado também sobre o que de fato poderá mudar na Previdência, nos impostos, nas estatais e nas concessões públicas. Foram apresentados apenas aspectos gerais e nenhum dos candidatos, nem suas equipes, deixou claro como a conta irá fechar, e o que será feito de fato para controlar os gastos públicos e garantir a retomada do crescimento econômico.

Há dúvidas também se Bolsonaro e Haddad vão conseguir formar maioria no Congresso diante da elevada fragmentação e, dessa forma, aprovar os projetos econômicos necessários.

Ao longo da disputa eleitoral, a campanha de Bolsonaro procurou adotar um discurso mais liberal para a economia (menor intervenção do Estado), enquanto a de Haddad usou um tom mais desenvolvimentista (maior intervenção do Estado).

Para explicar os principais desafios e diferenças das propostas dos candidatos o G1 entrevistou quatro economistas:

  • Alessandra Ribeiro, economista e sócia da consultoria Tendências
  • Alexandre Schwartsman, ex-diretor do Banco Central
  • José Francisco de Lima Gonçalves, economista-chefe do banco Fator
  • Zeina Latif, economista-chefe da XP Investimentos

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