Com Correios em colapso financeiro, rombo das estatais federais soma R$ 6,35 bilhões e se aproxima de recorde histórico

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Um relatório divulgado pelo Banco Central, nesta sexta-feira (28), revela que as estatais brasileiras acumularam um déficit de R$ 6,35 bilhões entre janeiro e outubro de 2025. O montante já se aproxima do prejuízo total registrado em 2024, que foi de R$ 6,73 bilhões, o maior da série histórica e a tendência é de que o rombo deste ano supere esse recorde.

O levantamento considera empresas como Correios, Casa da Moeda, Hemobrás, Emgea, Emgepron, Infraero, Dataprev e Serpro, mas exclui Petrobras, Eletrobras e os bancos públicos.

No primeiro semestre de 2025, a estatal registrou prejuízo de R$ 4,37 bilhões, número três vezes maior que o registrado no mesmo período de 2024 (R$ 1,35 bilhão).

Em 2024, o grupo de estatais do qual os Correios fazem parte teve déficit de R$ 6,73 bilhões. No de 2023, o rombo havia sido de R$ 656 milhões.

Apesar da crise, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que não há qualquer discussão interna sobre a privatização dos Correios, proposta que chegou a avançar no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro.

“Não vejo debate dentro do governo sobre privatizar os Correios. Nenhum ministro propôs isso. Fizemos um levantamento sobre serviços postais no mundo, e é muito difícil um Estado abrir mão desse serviço, que em grande parte é subsidiado para garantir universalização”, disse Haddad.

Aumento expressivo em relação aos anos anteriores

Comparando os períodos de janeiro a outubro, o salto é significativo:

  • 2023: déficit de R$ 286 milhões;
  • 2024: déficit de R$ 4,45 bilhões;
  • 2025: déficit de R$ 6,35 bilhões (alta de 42% em relação ao mesmo período de 2024).

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