No ano passado, o então Ministério da Fazenda (hoje Economia) divulgou cálculo que apontava que, se a isenção para quem ganha até R$ 5 mil fosse aplicada, o governo deixaria de arrecadar R$ 60 bilhões por ano.
Bolsonaro admitiu que a sua proposta gerou “reação” por parte de sua equipe econômica e da Receita Federal, mas disse acreditar que seus “argumentos” serão ouvidos.
A reação se deve ao fato de que, ao elevar a faixa de isenção, o governo reduz o número de pessoas que pagam o Imposto de Renda e, com isso, arrecada menos.
“Tem reação por parte da equipe econômica? Tem, é óbvio que tem. Tem por parte da Receita? Tem. E isso daí em parte eu estou forçando um pouco a barra, mas não vou constranger a equipe econômica, muito menos a Receita Federal. Acredito que os meus argumentos sejam ouvidos por parte deles, apesar de eu não entender de economia”, completou o presidente.
Mais cedo nesta segunda, o presidente participou de um evento que discutiu iniciativas para melhorar as condições de trabalho e de atendimento a clientes com deficiência da Caixa Econômica Federal.
Em seu discurso, Bolsonaro criticou o governo da ex-presidente Dilma Rousseff. Segundo ele, Dilma reduziu a taxa de juros a “canetadas”.
O presidente também disse esperar que o Banco Central reduza a taxa Selic de 5% para 4,5%. O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central se reunirá na próxima semana e anuncia na quarta sua decisão sobre a taxa básica de juros.
“Aquela que entendia [de economia] está pagando uma conta altíssima”, disse Bolsonaro, se referindo à ex-presidente Dilma Rousseff.
“Também naquela época, [Dilma] reduziu a taxa de juros na canetada. Hoje, sem canetada, [a Selic] está em 5%. Deve chegar a 4,5%, eu torço né?”, afirmou Bolsonaro.
O presidente da Caixa, Pedro Guimarães, também comentou a taxa de juros. Disse que, se houver redução na próxima reunião do Copom, o banco continuará a reduzir as taxas do cheque especial e do rotativo do cartão de crédito.
“Num pais que tem 3% de inflação ao ano e 5% de juros ao ano não é correto você cobrar exatamente daquele mais humilde 10%, 20%, 15%. Foi por isso que nós reduzimos a taxa do cheque especial de 14% para 4,99%. E semana que vem, se houver redução da Selic, se houver, já estou falando em primeira mão, porque já houve aprovação matemática, nós faremos mais reduções do cheque especial e do rotativo do cartão de crédito, entre outros”, disse o presidente da Caixa.
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