A cada 10 locais atingidos, 3 voltaram a apresentar manchas de óleo após limpeza no Nordeste

Vista geral de um derramamento de óleo na praia de Peroba em Maragogi, estado de Alagoas, Brasil, outubro de 2019. Foto tirada em 17 de outubro de 2019. REUTERS / Diego Nigro
Vista geral de um derramamento de óleo na praia de Peroba em Maragogi, estado de Alagoas, Brasil, outubro de 2019. Foto tirada em 17 de outubro de 2019. REUTERS / Diego Nigro

Um terço das mais de 280 localidades atingidas pelo óleo no Nordeste chegaram a ser limpas, mas viram a poluição retornar ao menos uma vez. Ao todo, 83 praias e outras localidades tiveram a reincidência da contaminação, o que representa 29,5% dos locais afetados pelo petróleo cru que começou a surgir no fim de agosto.

Os dados sobre a volta da poluição são parte de um levantamento do G1 com base em todos os 23 relatórios divulgados pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Renováveis (Ibama) sobre a situação das praias desde o começo do desastre ambiental. A análise mostra que, em alguns locais, houve até três “idas e vindas” do óleo. Além disso, aponta que todos os nove estados apresentaram em algum momento o retorno da contaminação entre os dias 29 de setembro e 30 de outubro.

Veja abaixo, quais são as praias e os estados com mais reincidências.

Localidades

O primeiro avistamento do que se tornou o maior desastre ambiental na costa brasileira ocorreu em 30 de agosto no estado da Paraíba. Desde então, a mancha foi limpa e voltou mais de uma vez em 16 praias do Nordeste. Em alguns casos, a sujeira chegou a aparecer quatro vezes nas praias, ou seja, três reincidências foram registradas.

Ao todo ocorreram 103 reincidências em 83 municípios diferentes. Veja a lista dos municípios onde elas aconteceram mais de uma vez:

  • Guarajuba, Camaçari (BA): 3 reincidências;
  • Jacumã, Ceará-Mirim (RN): 3 reincidências;
  • Praia de Gramame, Conde (PB): 3 reincidências;
  • Barra do Cunhaú, Canguaretama (RN): 2 reincidências;
  • Genipabu, Extremoz (RN): 2 reincidências;
  • Perobas, Touros (RN): 2 reincidências;
  • Praia de Areia Preta, Natal (RN): 2 reincidências;
  • Praia de Flexeiras, Feliz Deserto (AL): 2 reincidências;
  • Praia de Zumbi, Rio do Fogo (RN): 2 reincidências;
  • Praia do Japonês, Camaçari (BA): 2 reincidências;
  • Rio Vermelho, Salvador (BA): 2 reincidências;
  • Sagi, Baía Formosa (RN): 2 reincidências;
  • Carneiros, Tamandaré (PE): 2 reincidências;
  • Ilhas dos Poldros, Araioses (MA): 2 reincidências;
  • Pau Amarelo, Paulista (PE): 2 reincidências
  • Praia do Forte, Mata de São João (BA): 2 reincidências.
  • Nas outras praias com reincidência da contaminação, o óleo foi limpo e ressurgiu em um único momento.

    Estados

    O estado do Rio Grande do Norte, além de ter sete das 16 praias com mais de uma reincidência das manchas, também foi o estado com maior registros de retorno do óleo. Foram 36 registros de praias com manchas que foram limpas e, depois, voltaram a apresentar sujeira. O segundo lugar está com a Bahia, com 24 registros. Veja a lista:

    1. Rio Grande do Norte: 36 reincidências;
    2. Bahia: 24 reincidências;
    3. Pernambuco: 13 reincidências;
    4. Paraíba: 9 reincidências;
    5. Maranhão: 6 reincidências;
    6. Sergipe: 6 reincidências;
    7. Alagoas: 4 reincidências;
    8. Ceará: 3 reincidências;
    9. Piauí: 2 reincidências;

    Apesar de ser o estado com mais casos de reaparecimento do petróleo, o Rio Grande do Norte não é o que tem mais praias afetadas. No balanço divulgado pelo Ibama na quinta-feira (30), quando o desastre das manchas de óleo completou dois meses, o estado da Bahia liderava a lista de localidades atingidas.

    Veja o ranking de estados com mais locais afetados:

    1. Bahia: 74 localidades atingidas;
    2. Rio Grande do Norte: 51 localidades atingidas;
    3. Alagoas: 46 localidades atingidas;
    4. Pernambuco: 37 localidades atingidas;
    5. Sergipe: 20 localidades atingidas;
    6. Ceará: 18 localidades atingidas;
    7. Paraíba: 17 localidades atingidas;
    8. Maranhão: 12 localidades atingidas;
    9. Piauí: 8 localidades atingidas.

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