Operação Calvário: Ex-assessora da Procuradoria do Estado teria movimentado de meio a R$ 1 milhão por semana em propinas para agentes políticos e figuras do poder na Paraíba

Maria Laura Carneira está presa desde abril.

Um pedágio semanal de R$ 500 mil e R$ 1 milhão era o que a ex-assessora da Procuradoria Geral do Estado (PGE), Maria Laura Carneiro, presa desde o mês de abril, por ocasião da quarta fase da Operação Calvário, movimentava em propinas com agentes e personalidades do ciclo mais íntimo do poder paraibano. Informações obtidas pelo Tá na Área dão conta de que Maria Laura, que foi coordenadora financeira geral das últimas campanhas do PSB na Paraíba, funcionada como um dos dutos de abastecimento de uma Organização Criminosa (Orcrim) que teria saqueado sem destemor os cofres públicos paraibanos.

Um detalhe obtido por fontes consultada pelo  Tá na Área daria conta de que Maria Laura abastecia com essas propinas gestores e políticos de forma constante, ou seja, em caráter permanentemente, não somente em períodos eleitorais.

As informações que circulam nos bastidores revelam que a tesoureira eleitoral das campanhas girassóis não era uma personagem secundária como muitos pensavam, mas alguém com atuação operacional em várias frentes, não apenas na saúde, setor inicialmente no foco da força tarefa capitaneada pelo Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado do Ministério Público (Gaeco/MP-PB).

Em artigo publicado em seu blog, o ex-vereador Renato Martins, observa que Maria Laura poderia se enquadra numa espécie de ‘mula qualificada’, termo cunhado pelo general Mourão, quando da apreensão de 39 quilos de cocaína num avião da Força Aérea Brasileira (FAB). “Maria Laura era apenas uma a mais dentre as qualificadas para o tamanho de manuseio de 500 a 1 milhão por semana. Por relatos como o dela e de Livânia, provavelmente a Calvário já extrapolou em muito os limites da saúde há tempos… Quem sabe, chegará também até o período da gestão municipal igualmente liderada pelo ex-prefeito RC (Ricardo Coutinho), e assim saber se essa sofisticação organizativa já existia há tempos de forma pronta, ou foi evoluindo de rudimentar para elaborada e mais cínica e obscura em um processo temporal de “seleção natural” institucional deletéria”, assinalou.

Nos bastidores, muito se especula sobre uma quinta fase da operação, cuja deflagração poderia ser promovida a qualquer momento, embora, no âmbito das investigações, até como estratégia, se adote a cautela para que nada possa ser feito para anular processos e procedimentos. Por ora, o momento é de espera e muita expectativa.

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