Carga tributária alta e sucessivos aumentos nos preços dos combustíveis estão sufocando os empresários donos de postos. Os sindicatos que representam a categoria apontam que, se os tributos que incidem nos combustíveis zerassem, o preço final ao consumidor seria, em média, 50% menor. O desabafo de um revendedor do Tocantins circula a internet e diz que, em 30 anos de mercado, nunca vivenciou uma situação tão dramática. Na Paraíba, segundo os representantes dos revendedores, o cenário não é diferente.
“Somos taxados de ladrões sem ter culpa alguma do que está acontecendo. Pelo contrário, nossa categoria está segurando a duras penas as altas repassadas pela Petrobras e pelas usinas produtoras de etanol. Em toda essa cadeia, nós somos os únicos que estamos abrindo mão da nossa margem de lucro bruta, que já era pequena, para tentarmos salvar volume, a meu ver, sem sucesso e êxito”, diz a mensagem revendedor do Tocantins, que não teve seu nome identificado.
De acordo com os sindicatos que representam a categoria na Paraíba, como o mercado é livre e altamente competitivo, muitos empresários estão trabalhando com margem de lucro baixa, para não diminuir ainda mais o volume de vendas.
“O revendedor tem que pagar aluguel do terreno, energia, água, funcionários, diversas licenças, ou seja, tem uma série de custos fixos e variáveis, e, no final, fica com 5% a 10% do lucro do negócio. Enquanto que o Governo do Estado fica com uma parcela de 30% de ICMS e o Federal com 17% de outros impostos”, desabafou o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Estado da Paraíba (Sindipetro-PB), Omar Hamad.
Segundo Hamad, em uma situação hipotética, se a carga tributária que incide nos combustíveis zerasse, o preço final ao consumidor seria, em média, 50% menor. “Mas não precisava nem zerar, bastava que o ICMS, imposto que pesa mais na composição de preços dos combustíveis, tivesse uma porcentagem mais justa, algo em torno de 17%, como a maioria das mercadorias”, acrescentou.
O presidente do Sindicato dos Revendedores de Combustíveis e Derivados do Interior da Paraíba (Sindirev), Bruno Agra, ressaltou que os governos são os maiores “sócios” dos reajustes de preços dos combustíveis.
Segundo os representantes dos dois sindicatos, outro grupo que reina nessa situação é as distribuidoras. A Paraíba é coberta por nove, das quais três dominam 80% do mercado. “A distribuidora basicamente trabalha emitindo nota fiscal. Ela ocupa uma posição muito confortável nessa cadeia”, comentou Agra. O presidente do Sindipetro acrescentou “o lado da distribuição é completamente solto, enquanto que a ponta final é a mais fiscalizada”.
DIFERENÇA DE R$ 0,68
A gasolina em João Pessoa está registrando uma oscilação de 68 centavos entre o menor e o maior preço, segundo pesquisa comparativa para combustíveis realizada pela Secretaria Municipal de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon-JP), ontem. O menor preço está sendo praticado a R$ 3,722 (Posto Extra Petróleo -Mangabeira) e, o maior, a R$ 4,399 (Ale – Bairro das Indústrias).
O menor preço da gasolina também registrou queda em relação à pesquisa do Procon-JP do dia 13 de fevereiro, quando estava em R$ 3,869. O levantamento atual constatou ainda que dos 104 postos em atividade, 60 baixaram os preços, 35 mantiveram e 10 aumentaram.
A secretária-adjunta do Procon-JP, Maristela Viana, aconselha o consumidor a consultar a pesquisa do Procon-JP antes de abastecer o veículo porque a oscilação entre o maior e o menor preço pode se tornar uma boa economia no orçamento. “Nosso levantamento de preços mostra ao consumidor onde encontrar o combustível mais barato porque mapeia todos os postos em atividade da Capital e, com isso, ajuda as pessoas a abastecerem o veículo em seu caminho rotineiro, o que significa economia”.
Fonte: Correio da Paraíba
Discussion about this post