Apontado como integrante da “tropa de choque” e amigo pessoal do ex-presidente e agora ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o deputado federal Manoel Júnior (PMDB-PB) surpreendeu a todos na noite de ontem, segunda-feira (12), ao abandonar o aliado e votar favorável a cassação do parlamentar.
Até a manhã de ontem o paraibano escondia o voto, mas especulava-se que, pela proximidade com Cunha, Júnior seguiria os mesmos passos do deputado Wellington Roberto (PR) e também votaria para tentar “salvar” o mandato de Eduardo Cunha, fato que não aconteceu.
Da bancada da Paraíba, o deputado Wellington Roberto foi o único a votar contra a cassação, seguindo o que já havia declarado meses atrás. O voto dele se juntou a outros nove, que também votaram pela permanência de Cunha na Casa. Mas não foi suficiente e Cunha acabou sendo cassado pela maioria esmagadora, com 450 votos favoráveis, contabilizando, com isso, várias traições, muitas de última hora e inesperadas.
Agora, como candidato a vice prefeito na chapa de Luciano Cartaxo (PSD), que disputa à reeleição na Capital, a permanência de Manoel Júnior começa a ser tratada como um artefato que deve ser manuseado com cautela.
Antes de se aliar a Cartaxo, Manoel Júnior era um dos principais críticos da gestão na Capital. Apontava erros da administração e do gestor sem papas na língua. Hoje é aliado de Cartaxo e jogou para debaixo do tapete a maioria de suas críticas, inserindo no campo do esquecimento a famosa “tax z”, denúncia de suposta propina cobrada pela gestão Cartaxo para liberar licenças para construção em João Pessoa, além de problemas na saúde, na mobilidade urbana, entre outros que denunciou quando tentava ser o candidato a prefeito em João Pessoa.
“É uma pocilga, com raras exceções, o que fizeram com Cunha, o PMDB, o PP, o PSDB, eles são um bando de aproveitadores, toda essa corja fizeram o que sempre fizeram na vida. Ainda bem que Cunha disse que vai escrever um livro, espero que ele conte a população brasileira o que está debaixo do tapete. Os aliados deram uma rasteira muito bem dada em Cunha, e agora Cunha está acunhado para a vida inteira”, disse o deputado frei Anastácio ao comentar a traição dos aliados do ex-presidente.
Enquanto a postura de Manoel Júnior é tachada como incoerente, a de seu colega, o deputado Wellington Roberto (PR) repercute como coerente, já que além de ser aliado de Cunha, Roberto contrariou a pressão popular e, mesmo diante das adversidades, segurou seu posicionamento de fidelidade ao ex-presidente da Casa, Eduardo Cunha.
“Eu devo dizer que a postura dele foi decente, coerente, a sua trajetória de lealdade aos seus amigos. Ali deixou de ser um posicionamento político para ser um posicionamento pessoal de fidelidade àquele que considerava um amigo. Cunha foi apunhalado pelas costas por aqueles que usufruíram do poder enquanto ele foi presidente da Câmara”, ressaltou Hervázio Bezerra, líder do Governo Ricardo Coutinho na Assembleia Legislativa da Paraíba.
Assista, a seguir, entrevista onde o deputado Manoel Júnior defende Eduardo Cunha dizendo que ele não havia mentido à CPI e realmente não tinha conta na Suiça.
Fonte: PB Agora
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