As coisas na oposição não andam um céu de brigadeiro como parecia até bem pouco tempo. Você tinha ali Pedro Cunha Lima (PSD) colocando o nome dele para a disputa do governo, mas sem se incomodar com os movimentos do senador Efraim Filho (União Brasil) e o deputado federal Romero Rodrigues (Podemos). Este último, parodiando o prefeito Cícero Lucena (PP), também pré-candidato, subiu em um touro para mostrar coragem para a disputa. Mas o que parece ter causado tensão, mesmo, foi a declaração de Efraim na rádio Arapuan. Vitaminado pelo apoio do bolsonarismo, ele cogitou, em fala, a possibilidade de ter Pedro como vice.
No mesmo programa, um dia depois, nesta terça-feira (22), Pedro tratou de rebater o colega de militância. Visto como um nome mais próximo à centro esquerda pelos bolsonaristas, o pessedista deixou claro que a possibilidade de ele disputar a vice não está na mesa. Demonstrou até certo incômodo com a situação gerada por Efraim e lembrou que enfrentou disputa mais adversa em 2022, quando foi para o segundo turno contra o governador João Azevêdo (PSB). Nas palavras dele, a possibilidade de conquistar o mandato bateu na trave, por falta de apoio nos municípios.
O argumento de Pedro é o de que, desta vez, este trabalho prévio tem sido feito e que, por isso, o nome dele continua posto. A visão do ex-deputado federal é exposta no momento em que Efraim Filho se aproxima da ala bolsonarista, com a possibilidade de deixar o União Brasil para se filiar ao PL do ex-presidente Jair Bolsonaro. Nesta segunda-feira, na mesma entrevista, ele vestiu as cores do capitão da reserva do Exército e fez ataques ao Supremo Tribunal Federal (STF), que conduz processo que pode levar o aliado para a cadeia por acusação de ter liderado uma trama golpista para impedir a posse do presidente Lula (PT), em 2022.
O clima na base oposicionista, com estes últimos acontecimentos, passa a lembrar a briga por protagonismo que ocorre também entre os aliados do governador. A cadeira do Palácio da Redenção é disputada pelo prefeito Cícero Lucena, pelo vice-governador Lucas Ribeiro (PP) e pelo presidente da Assembleia Legislativa da Paraíba, Adriano Galdino (Republicanos).