A Polícia Federal deflagrou na manhã desta sexta-feira (18) uma operação contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), cumprindo mandados de busca e apreensão autorizados pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Como parte da decisão, o ex-presidente será obrigado a usar tornozeleira eletrônica e ficará sujeito a uma série de medidas cautelares, que incluem recolhimento domiciliar noturno e restrições de comunicação e circulação.
Entre as medidas impostas pelo STF, Bolsonaro está proibido de acessar redes sociais, de manter contato com outros investigados ou réus em ações relacionadas ao Supremo, e de se aproximar de embaixadas ou manter contato com diplomatas estrangeiros. Além disso, deverá permanecer em sua residência diariamente entre 19h e 7h.
Os mandados foram cumpridos na residência de Bolsonaro, em Brasília, e em endereços ligados ao Partido Liberal (PL), legenda à qual ele é filiado. Advogados do ex-presidente confirmaram a operação e as restrições impostas.
Segundo fontes da investigação, os ministros do STF tomaram a decisão com base em indícios de que Bolsonaro estaria articulando uma possível fuga do país. A suspeita ganhou força após movimentações envolvendo o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que tem manifestado publicamente apoio a Bolsonaro e chegou a divulgar, nesta quinta-feira (17), uma carta endereçada a ele pedindo o fim do processo judicial.
“Eu vi o terrível tratamento que você está recebendo nas mãos de um sistema injusto”, escreveu Trump em carta com timbre da Casa Branca, publicada na rede Truth Social. O ex-presidente norte-americano vem acusando o governo brasileiro de promover uma perseguição política contra Bolsonaro.
O caso também se insere em um contexto de tensão diplomática entre Brasil e Estados Unidos. O governo norte-americano impôs tarifas de até 50% sobre produtos brasileiros, e interlocutores do Itamaraty afirmam que o fim da ação penal contra Bolsonaro teria sido apresentado informalmente como uma das condições para amenizar as sanções.
A Polícia Federal ainda não divulgou nota oficial sobre os objetivos da operação. O ex-presidente também não se pronunciou publicamente até o momento. A reportagem segue em atualização.
