As imagens falam. E, neste início de corrida eleitoral para 2026, duas fotografias ganham protagonismo e antecipam o clima que vem por aí. De um lado, o governador João Azevêdo, ao centro da cena, de mãos dadas com lideranças da base governista. O gesto de levantar os braços não é apenas simbólico: é político, é estratégico e carrega uma mensagem clara de unidade, continuidade e força. A foto traduz o que as palavras tentam alcançar — um governo com musculatura e articulação, que sabe jogar o jogo da sucessão.
Mas, claro, para estratégia vingar, tudo depende da tão sonhada unidade, que não será fácil mantê-la até o final, sobretudo diante de tantos personagens e interesses envolvidos. Fazer um omelete sem quebrar os ovos é impossível, e, na política, unir anseios particulares em torno de uma causa maior é missão muitas vezes inglória, afeita aos grandes líderes, papel que João aceitou assumir de agora em diante.
Do outro lado, a oposição, onde bolsonaristas e lulistas aparecem lado a lado. Inusitado? No mínimo. A mistura improvável tem nome e sobrenome: Veneziano Vital do Rêgo. O senador emedebista, lulista de carteirinha, hoje se vê obrigado a buscar apoio entre os aliados de Bolsonaro para manter-se politicamente relevante. Uma manobra de sobrevivência, é verdade, mas que expõe o quão desarticulado está o campo oposicionista no momento.

É cedo para cravar qualquer resultado, especialmente quando vários nomes começam a gravitar no tabuleiro político de 2026, mas as imagens são um termômetro. De um lado, coesão e projeto. Do outro, improviso e interesses conflitantes. A disputa será longa, dura, imprevisível — como toda eleição. Mas, por ora, o grupo liderado por João Azevêdo já colocou o pé na estrada com vantagem.
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