As recentes decisões do ministro Dias Toffoli têm suscitado muita cotrovércia no meio jurídico e na própria sociedade, sobretudo pela repercussão de suas monocráticas manifestações em processos rumorosos e que remontam um tempo não tão distante, em que brasileiros daqui e de alhures celebravam o fim da impunidade reinante, especialmente por crimes praticados por gravatudos acostumados com as benesses e favores da ‘viúva’. Dias desses, de uma tacada só, o ilustre magistrado resolveu suspender monocraticamente uma multa de R$ 10 bilhões contra a J&F, empresa de Joesley Batista e seu irmão Wesley.
Não à toa, o conglomerado econômico benecifiado pela decisão de Toffoli foi uma das principais personagens da Lava Jato, maior operação de combate à corrupção que este País já viu e que foi solenemente sepultada pelo STF, sem direito a missa e nem corpo presente. Ato contínuo a essa verdadeira escalada contra quem outrora combateu as mais ‘cabeludas’ práticas delituosas, cresceu a percepção do brasileiro de que a corrupção voltou com gosto de gás no Brasil, conforme aferiu a Transparência Internacional em recente estudo.
Coincidência ou não, o ministro nomeado por Dilma Rousseff e que foi advogado do Partido dos Trabalhadores (PT) em diversas campanhas eleitorais, mandou investigar a mesma Transparência Internacional fazendo uso de “falsas as informações”, conforme atesta a ONG em nota distribuída com a imprensa. Aliás, deve ter sido mesmo só mera coincidência que tenha sido logo depois de a entidade ter citado o nome do ministro nove vezes no relatório sobre o Brasil que acompanha a divulgação do ranking anual sobre a percepção de corrupção em 180 países.