Senador petista que protagonizou discussão acalorada com Moro foi condenado por improbidade administrativa

foto: Waldemir Barreto/Agência Senado

O senador Rogério Carvalho (PT-SE), que acusou, da tribuna do Senado, ontem, que o ex-ministro da Justiça e também senador Sergio Moro (União-PR) de ter uma atuação criminosa no âmbito da operação Lava-Jato, justificando recentes decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) que anularam as condenações do atual presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, foi condenado, em 2019, pela 12ª Vara Cível de Aracaju por improbidade administrativa, chegando a ter seus direitos políticos suspensos por 5 anos e tendo que ressarcir prejuízo causado ao erário na quantia de R$ 589.991,74.

A decisão firmou que o senador praticou “atos improbos graves” durante sua gestão da Secretaria de Saúde, “com conivência e participação efetiva” da Associação Aracajuana de Beneficência Hospital Santa Isabel.

Na tribuna do Senado, Moro e Carvalho protagonizaram uma discussão, na qual o segundo questionou críticas do primeiro ao novo formato de indicações políticas para estatais.

Para o senador petista, há necessidade de se combater a corrupção praticada por magistrados. “Notadamente sabemos do caso que foi a anulação de todas as condenações do presidente Lula, e me parece que houve um caso de corrupção no julgamento”, iniciou o parlamentar.

Em resposta, Moro devolveu as acusações. “O que gerou esses problemas todos foi a corrupção de seu partido, desculpe! Repudio a fala do colega, que foi ofensiva. Peço que seja tratado com urbanidade nessa tribuna e não de maneira inapropriada, ferindo, inclusive, nosso regimento. Quem gerou as oportunidades autoritárias foi a corrupção dos governos anteriores, o que trouxe uma descrença na democracia”, rebateu.

Lava-Jato

Em 2017, Moro havia sentenciado Lula a nove anos e meio de prisão pelo caso do triplex do Guarujá. Em janeiro do ano seguinte, a pena foi aumentada para 12 anos e um mês pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4), corte de segunda instância, e reduzida depois a oito anos e dez meses, em 2019, pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ).
Em julho de 2021, a maioria do Supremo Tribunal Federal (STF) votou a favor da decisão monocrática do ministro Edson Fachin que anulou as condenações emitidas pelo ex-juiz Sergio Moro a Lula no âmbito da operação Lava-Jato, em Curitiba.

 

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