Bolsonaro encurta distância de Lula em 2 dos 3 maiores colégios eleitorais, mostra comparativo do Datafolha

Imagem: Marcos Correia/PR - Carl de Souza/AFP

Passado um mês desde o início da campanha eleitoral, caiu a distância entre os líderes nas pesquisas de intenção de voto para a Presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL), em dois dos três maiores colégios eleitorais do país: São Paulo e Minas Gerais. A queda é ocasionada, principalmente, pelo avanço, mesmo que lento, do atual mandatário do país e pela estagnação do petista.

Somente no Rio de Janeiro, berço eleitoral do presidente, a diferença entre os dois aumentou. Em agosto, Lula (41%) liderava com seis pontos à frente de Bolsonaro (35%). Na pesquisa mais recente, a vantagem do petista foi a oito pontos.

Veja a diferença entre os dois levantamentos em cada estado:

São Paulo

  • 18/8: Lula 44% x 31% Bolsonaro (13 pontos)
  • 15/9: Lula 43% x 33% Bolsonaro (10 pontos)

Minas Gerais

  • 18/8: Lula 47% x 32% Bolsonaro (15 pontos)
  • 15/9: Lula 43% x 33% Bolsonaro (10 pontos)

Rio de Janeiro

  • 18/8: Lula 41% x 35% Bolsonaro (6 pontos)
  • 15/9: Lula 44% x 36% Bolsonaro (8 pontos)

O cientista político Rodolfo Marques explica que a redução da distância entre os candidatos era esperada. “Considerando que a gente está a um pouco mais de duas semanas das eleições, está dentro da expectativa. O presidente da República tem um nível maior de aparição na mídia, o que, de certa forma, controla a agenda pública. Então, todos os atos e movimentos dele são registrados”, salienta.

O especialista ressalta, no entanto, que o aumento esperado nos números de Bolsonaro nas pesquisas fosse maior, principalmente pelo poder que o presidente tem de controlar a política econômica do país. O cientista político André César explica que o tema é decisivo nesta eleição:

“Essa questão econômica é o tema principal dessa campanha. Ao contrário de 2018, com o combate à corrupção, o antipetismo. Este ano voltou o velho tema da economia: desemprego, fome, inflação. São essas questões que preocupam o eleitor médio hoje. Então, se há um ganho de bem-estar material por uma parte importante do eleitorado, os estratos mais baixos da pirâmide social, é inevitável que Bolsonaro cresça, mas o que frustrou é que ele não cresceu tanto quanto esperavam. Com as reduções de combustíveis também, os auxílios, tudo isso”, frisa.

Metropoles

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