O programa Arena, transmitido via Youtube no canal da Ativa Web, revelou, ontem, que entre os últimos meses de 2016 e o início de 2017, após decisão do então governador Ricardo Coutinho decidir que a emissão de gravames pelo Detran não seria feito mais pela Central de Custódia e de Liquidação Financeira de Títulos Privados (Cetip), mas, sim, pela Bunkertech Integradora de Soluções LTDA, com repercussão danosa no mercado de compra e venda de veículos na Paraíba. O programa contou que o que ninguém sabia e que foi revelado agora pelo Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público da Paraíba, é que a empresa tinha Coriolano Coutinho, irmão do ex-governador, como uma espécie de ‘embaixador’ dos contratos na Paraíba e cuja cifra movimentada seria em torno de R$ 80 milhões.
O caso é narrado na denúncia protocolada na semana passada contra o ex-governador, os irmãos (Coriolano, Raquel, Valéria e Viviane Vieira Coutinho), além de Denise Krummenauer Pahim, cunhada de Raquel, Breno Dornelles Pahim Filho (marido de Raquel) e Breno Dornelles Pahim Neto (filho de Raquel). Nela, é apresentado um contrato registrado em cartório no qual Benny Pereira de Lima, sócio da Bunkertech, passa para Coriolano Coutinho uma procuração dando a ele poderes de resolver qualquer questão contratual e bancária relacionada com a empresa. Justamente a empresa escolhida pelo governador para atuar com exclusividade junto ao Detran.
Para se ter uma ideia, lembra da importância do contrato milionário, qualquer compra ou venda financiada de veículos precisa ser registrada pela empresa.
Os documentos recolhidos pelo Gaeco mostraram, segundo jornalista Hélder Moura, que apresenta o programa Arena ao lado dos também jornalistas Ivandro Oliveira, Ytalo Kubitcheck e Maurílio Batista, um recibo de R$ 400 mil que a Bunkertech disse ter recebido das mãos de Coriolano Coutinho. O montante seria a segunda parcela da parceria supostamente firmada entre o irmão do então ex-governador e a empresa cearense, de acordo com a denúncia. O valor do contrato, suposto pelo Ministério Público, seria de R$ 800 mil.
Nesta quarta-feira, dia 08, Suetoni Souto Maior, em seu blog, registra que de acordo com a denúncia, a empresa cearense teve a chegada à Paraíba intermediada pelo empresário Pietro Harley. As articulações teriam custado à empresa, mesmo antes da primeira reunião, uma doação de R$ 60 mil para Coriolano Coutinho. Depois de muita confusão e queixas dos empresários do setor automobilístico da Paraíba, o contrato com a Bunkertech foi rompido e a Cetip voltou a emitir os gravames. A acusação do Ministério Público é que o desejo de mudança teve como motivador muito mais que o desejo de gerar economia e bem-estar para o cidadão. Teve questão familiar no meio.
Acompanhe o vídeo a partir de 1:15:00
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